A morte da ex-primeira ministra da Grã Bretanha Margaret Thatcher é uma espécie de canto dos cisnes de uma “contra-revolução mundial conservadora”, econômica, multilateral, cultural, ainda hegemônica em boa parte do planeta desde os anos setenta aos dias atuais.
Thatcher iniciou
o seu governo em 1979 e nos dezoito anos seguintes as estratégias neoliberais
mantiveram o domínio sobre os destinos do Reino Unido em uma agressiva onda de
privatizações de todos os segmentos da economia britânica.
Quando o partido
Trabalhista retornou ao poder as modificações nas relações de produção,
sociais, jurídicas, da sociedade já tinham alcançado tal ponto de inflexão que
não era mais possível reeditar, sem uma ruptura política, as linhas econômicas
Keynesianas do Estado de Bem Estar Social até então em vigor na Europa ocidental
após a Segunda Guerra Mundial.
Daí, o partido
Trabalhista inglês também começou a fazer sua própria transformação, com outras
agremiações sociais democratas, para uma plataforma neoliberal mitigada com
políticas sociais.
A aliança entre
os Conservadores de Margaret Thatcher com o governo norte-americano de Ronald
Reagan associada à queda do muro de Berlim, à debacle da União Soviética, deu
início à “mundialização do capital financeiro”, à “ditadura global dos credores”,
o regime absolutista neoliberal no planeta.
Para o êxito do
projeto consagrou-se algo decisivo, a incorporação da grande mídia em
instrumento de divulgação unilateral dessa estratégia geral do capital rentista,
da nova etapa expansionista militar imperialista.
Esse processo de
concentração de poder do capital rentista impulsionou a hegemonia ideológica
quase que total da chamada nova ordem mundial submetendo valores universais
conquistados pela humanidade.
Impondo em seu
lugar a exacerbação do individualismo antagonista procurando anular as
organizações classistas dos trabalhadores e demais movimentos que lutam por
avanços sociais, soberania das nações, as maiorias destituídas de futuro mais
digno.
Thatcher a "dama de ferro" morreu no auge da fadiga estrutural do sistema que ela ajudou a criar vendo a Europa, os EUA em decadência com dezenas de milhões de desempregados, um planeta saturado por agressões armadas imperialistas, a emergência de outra ordem global multilateral, a vigorosa retomada de lutas dos cidadãos pelos seus direitos e um mundo melhor.
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