Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:
Se a prática da atividade política, como de resto na maioria dos ramos da atividade humana, baseia-se na análise concreta da realidade concreta, também não é menos verdadeiro que essa mesma humanidade é movida por esperanças fundadas nas causas, projetos, programas, que são formulados pelas correntes de pensamentos em todos os tempos, seja no passado, presente ou no futuro.
O historiador Eric Hobsbawm, falecido dias atrás, afirmou em recente entrevista, com a clareza dialética e visão universal dos fenômenos sociais, que a globalização, desregulamentação radical dos mercados mundiais, o fundamentalismo econômico da nova ordem mundial desses últimos vinte anos, levaram as sociedades ao grave impasse que estamos vivenciando, tendo como responsáveis os mesmos autores das grandes tragédias do século XX.
A crise financeira que tem jogado ao pântano social os Países da União Europeia e os Estados Unidos da América mas que se espalhou por todos os continentes atingindo as nações emergentes inclusive os denominados BRICS, dos quais o Brasil faz parte, é o ponto de inflexão e de estrangulamento do liberalismo ortodoxo capitalista responsável pelos fundamentos globais da economia assim como pela cara dessa atual civilização.
Os beneficiários desse processo foram os EUA que se tornaram, em virtude de circunstâncias históricas determinadas, a maior potência político-militar-cultural-ideológica que a humanidade já conheceu.
Ditando os rumos das estratégias financeiras globais, as diretrizes da geopolítica mundial, as informações centralizadas através de um complexo midiático planetário totalitário, fabricando em pouco tempo uma civilização à imagem desse império, condizente com os interesses do mercado desregulado.
Uma "sociedade volátil, de ligações frouxas e preceitos revogáveis" reduzida à tresloucada roda viva do consumo transformado em ideologia oficial, civilização de desigualdades, tensões, inquietações, medos coletivos e individuais, rejeição dos Estados nacionais, das identidades culturais e negação dos grandes valores humanistas, mergulhada na instabilidade crônica.
Mas essa civilização forjada a fogo e bala, do cidadão reduzido a um consumidor alienável está em colapso, num beco sem saída, recusada pela humanidade. Afinal, tinha razão Victor Hugo, gigante do pensamento universal: O homem, quando pensa, é um ser alado.
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