Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:
Foi ontem mas parece que muito mais tempo nos separa das "profecias" alardeadas pelos arautos do neoliberalismo e suas proclamações solenes sobre o fim da História, as delícias da nova ordem mundial, inaugurando um novo tempo sem conflitos de classes, um mundo sem fronteiras, imperialismos, guerras, concebido na paz.
O professor Luiz Gonzaga Belluzzo no recente artigo "Desordem na engrenagem da civilização", publicado no Valor Econômico, demonstra que a "financeirização e globalização extremadas por essa nova ordem mundial reverteu tendências à maior justiça entre os povos, nações, observadas após a Segunda Guerra mundial até final dos anos setenta".
Ao contrário do que diziam os filósofos da pós-modernidade capitalista as pessoas se "distanciaram na realização da utopia de trabalhar menos para viver mais, os avanços da microeletrônica, informática, automação dos processos industriais não permitiram vislumbrar a libertação das fadigas mas aumentaram os mecanismos da bolha financeira", concentração do capital e exploração da força do trabalho.
Quanto ao consumo forjou-se uma compulsão dos indivíduos, associada a um mar de hipocrisia totalitário-conservadora, onde o fetiche de uma volátil obsolescência da mercadoria propõe-se a substituir as ideologias, os grandes valores universais erigidos pela civilização, a arte, a cultura, determinar os rumos da política que ficaria assim desgovernada, sem norte ou bússola, nivelada pelo pragmatismo mais vulgar.
Nesse período contemporâneo nunca se viram tantas guerras de variadas intensidades espalhadas pelos quatro cantos do mundo fruto de intervenções militares sob a batuta do maior império da História, os Estados Unidos da América.
Uma potência militar imperial em evidente sinal de declínio mas por isso mesmo no encalço de mais territórios, riquezas, acumpliciada por uma mídia mundial hegemônica que detém o monopólio da informação, movida pelo ódio, soberba, além de uma indisfarçável vocação belicosa, golpista.
O desemprego, crise econômica global, a soberania dos Estados nacionais aviltadas, a intolerância para com a cultura, religião alheia, são os novos cavaleiros do apocalipse em uma espécie de Idade Média cibernética, exigindo a resistência social, espírito rebelde por novos tempos de emancipação coletiva, lucidez para mudar a face desse novo milênio que se iniciou de forma tão dramática.
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