sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tempos voláteis

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:


A profusão de pseudomovimentos que emergem à luz da vida social incentivada pela grande mídia hegemônica mundial refletindo-se quase que instantaneamente nas avenidas das principais cidades brasileiras é o novo fenômeno dos dias atuais deixando a inequívoca impressão de uma produção laboratorial.

A grande maioria dessas atividades públicas cobertas entusiasticamente por esse complexo midiático hegemônico possui um ponto em comum, a ausência de um espírito maior e universal com relação à coletividade geral, o que nos conduz a uma leitura de que cada um deve cuidar do seu interesse restrito ou do círculo das suas afinidades seletivas.

Tudo isso pode ser traduzido como apologia a um individualismo egocêntrico de grupo, típico das épocas em que a humanidade ainda estava subdividida em comunidades tribais, e seguramente essa é a filosofia que se encontra subjacente.

Na verdade corre-se mesmo é o risco da abdicação coletiva sobre o destino da nação para indivíduos ou grupos com interesses forâneos enquanto esses movimentos irrompem aqui e ali tendo horizontes absolutamente limitados, desconexos e fragmentados.

A impressão que também se forma é que há uma espécie de supermercado ideológico com as prateleiras abastecidas de variadas "causas", a maior parte importada, sempre sob os auspícios de ONGs robustamente subsidiadas especialmente pelos Estados Unidos e Grã Bretanha.

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês que tem estudado o comportamento das sociedades sob a matriz totalitária da nova ordem mundial e as suas consequências, considera que a resultante destes tempos de cultura política volátil é a desintegração da solidariedade nacional e o recuo da interação nas comunidades soberanas.

Mas a real natureza do capital global, a crueldade nessa desordem mundial do lucro ensandecido sem fronteiras, especialmente a atual crise financeira do capitalismo, vão trazendo as pessoas à realidade concreta.

Demonstrando a necessidade da organização e ampla união das grandes maiorias em torno das bandeiras fundamentais ao desenvolvimento e progresso dos povos, nações, a defesa dos direitos gerais e individuais tão aviltados na atualidade.

Porque o crescimento econômico saudável reivindica a reconfiguração dos grandes espaços nacionais de participação coletiva, a retomada da solidariedade social ativa, essencial para se construir um mundo melhor.

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