Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Almanaque Alagoas:
Uma combinação de fenômenos negativos está levando o parque industrial brasileiro a uma crise aguda enquanto outros fatores estão provocando uma anemia ideológica e cultural da identidade nacional.
Todos os estudos sérios e relevantes demonstram que a indústria nacional de transformação tem perdido acelerado espaço no mercado interno ao tempo que cresce na proporção inversa a presença dos produtos importados. Nessa batida a tendência inevitável será o sucateamento da indústria de transformação do País.
As altas taxas de juros, as maiores do planeta, e a sobrevalorização da moeda brasileira são os dois principais fatores dessa verdadeira crise que afeta profundamente a própria soberania nacional.
Enquanto os bancos especialmente aqueles de investimentos auferem lucros fabulosos a nação caminha para uma verdadeira encruzilhada e tende a perder uma oportunidade histórica de em plena crise global do capitalismo acumular condições para uma nova etapa para o seu processo de crescimento econômico, um outro tipo de desenvolvimento.
Nos últimos dezessete anos e cinco mandatos presidenciais a perda de competitividade da indústria nacional só tem se acelerado e não existe exemplo de um País que tenha conquistado papel relevante na geopolítica mundial sem a correspondência da excelência dos seus produtos no mercado interno e no comércio exterior.
A desindustrialização do parque produtivo brasileiro é um problema de fundo estratégico e só pode ser enfrentado se houver vontade política o que implica em altos investimentos em ciência, tecnologia, prioridade maciça em educação etc.
Mas é preciso que o Estado nacional assuma o controle soberano da política cambial e suste os ganhos estratosféricos do capital especulativo. Porque sem isso qualquer discurso sobre o nosso futuro enquanto um País verdadeiramente soberano será figura de retórica.
Uma retórica insuflada por uma exortação desmedida sobre o crescimento econômico sustentado pela exportação de produtos primários, especialmente agrícolas, pelas condições internacionais favoráveis no contexto da crise capitalista global, com tempo determinado para se exaurir.
Para que esse oba-oba da grande mídia hegemônica mundial, sobre um Brasil nadando a largas braçadas sob um céu de anil rumo ao Olimpo não se transforme em um cavalo de Troia, impõe-se uma nova política econômica além de um verdadeiro projeto de nação.
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