O 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido realizado entre os dias 15 e 17 de abril, reuniu em São Paulo mais de 500 dirigentes do PCdoB de todos os estados do Brasil. O evento teve como norte a discussão sobre a organização do Partido e o estreitamento das ações partidárias entre o Comitê Central e os Comitês Municipais. Acontecimento inédito na vida do PCdoB por seu porte.
O Secretário Nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, apresentou informe ao 7º Encontro, em sua abertura na sexta-feira à noite.
Destacou Sorrentino que “O PCdoB não é apenas um partido maduro quanto ao que quer, ao que propõe para o Brasil. Não é tampouco apenas o mais antigo partido político do país, sempre em atividade permanente desde 1922. É ainda hoje o partido que mais dedica energias à organização militante e consideramos isso grande serviço à luta pelo socialismo tanto quanto à democracia no Brasil. Um partido do presente para antecipar o futuro”.
Afirmando que o informe do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, havia traduzido os desafios estratégicos do ponto de vista tático, dos caminhos a percorrer, acrescentou: “Precisamos partir disso para um partido mais forte eleitoralmente, na ação política e de massas junto aos movimentos sociais, na luta de ideias. Precisamos de maior inserção na sociedade, para falar a todos os trabalhadores e todo o povo. Nosso alvo são os trabalhadores, os jovens, as mulheres, as forças intelectuais que debatem o rumo do Brasil em cada área de atuação, todo o povo trabalhador em nosso país. O projeto político que apresentamos tem uma adesão social determinada, falamos e representamos a esses setores, e isso precisa se intensificar, pois é a força motriz de tudo que fazemos e representamos.
Por consequência, queremos também o partido maior, mais estruturado desde as bases militantes, como suporte às vitórias políticas pretendidas. A linha política de estruturação partidária aponta para um partido comunista de quadros e de massas, com a cara do povo brasileiro, que cultive o sentido estratégico de nossa luta por novo projeto nacional de desenvolvimento como caminho para o socialismo. Um partido com identidade socialista perante o país, que tenha fronteiras definidas quanto ao que seja ser membro do Partido. Um partido igual aos demais no cenário brasileiro, mas profundamente diferente, pois luta por seu Programa determinado, formula um projeto político único a cada momento que deve compromissar todos com unidade e disciplina, e tem caráter militante comprometido”.
Afirmou Walter Sorrentino: “Política e organização formam um bloco orgânico, não se dissociam. A organização materializa a política; na verdade se organiza a aplicação da política decidida. Então, se a organização serve à política, é hora de a política servir mais à organização, no sentido de ajudar a organizar a militância de base. Sem política justa não há organização estável; dada uma política justa, entretanto, a batalha pelo seu sucesso se decide na capacidade de organizar e mobilizar os militantes e o povo”.
Insiste nos objetivos do encontro de organização: “bases partidárias carecem de ter quadros experimentados e dedicados como pivôs. Sem isso, espontaneamente, elas se dispersam na atividade. E, o que falta, em segundo lugar, essencialmente, é estabelecer a cada momento a pauta e agenda das atividades. Pauta, agenda e quadros de base: essa a chave para dar vida mais duradoura às bases, tendo por moldura o projeto político e a pauta de luta que o partido traçou”.
“Comitês Municipais, quadros intermediários e de base precisam ocupar o centro da tela do radar do trabalho partidário nos Estados. Esse é um dos 3 objetivos gerais da Política de Quadros do 12º Congresso. Quanto à direção nacional, perseguirá o maior dos objetivos, que é formar a futura geração dirigente do PCdoB para os próximos 10-15 anos, contando com os comitês estaduais. Mas nunca perderemos de vista que a maior escola de formação de quadros é a vida militante regular nas fileiras do partido e isso se dá desde as bases”.
Concluiu repetindo as últimas palavras da Carta-compromisso que veio a ser aprovada pelo 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido:
“O PCdoB inicia a jornada do nonagésimo ano de fundação. Isso nos impulsiona a elevar a identidade comunista do PCdoB, cuja necessidade avulta nos tempos presentes em que crescem as pressões ideológicas e políticas pelo rebaixamento do papel estratégico do partido comunista. Com o legado que recebemos desde 1962 na reorganização revolucionária do PCdoB, na luta travada no 8º congresso para extrair lições da crise do socialismo, no enfrentamento da onda neoliberal, até a reformulação programática, estratégica e da construção partidária renovada, queremos seguir adiante para legar às gerações futuras de comunistas um partido consciente de sua indispensabilidade para transformações revolucionárias, forte, combativo e unido, para servir ao povo trabalhador e ao Brasil”.
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