quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Patrimônio do Brasil

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:



A medicina tem prestado ao longo dos anos relevantes serviços à sociedade nacional através de inúmeras personalidades, mulheres e homens, em vários campos das ciências médicas, inclusive na pesquisa científica e sua aplicação prática.

No momento que o País encontra-se diante da recorrente epidemia da Dengue e suas variantes, é importante lembrar Oswaldo Cruz, eminente cientista, gestor público que combateu vitoriosamente doenças terríveis de altíssimos índices de mortalidade na população naqueles tempos.

Nascido em Paraitinga, São Paulo, em 1872, mudou-se criança para o Rio de Janeiro, então capital da República, onde formou-se em medicina em 1892 com a tese Veiculação microbiana pelas águas. Quatro anos depois especializou-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur em Paris, centro de grandes nomes da ciência à época e até os dias atuais.

Quando regressava ao Brasil deparou-se no porto de Santos com a eclosão de violenta epidemia de peste bubônica engajando-se imediatamente no seu combate, já demonstrando ali sua capacidade científica, coragem pessoal e espírito cívico pelos quais orientou toda sua vida profissional e dedicação pública.

Em 1903 foi nomeado Diretor-Geral da Saúde Pública, equivalente hoje ao Ministro da Saúde. Apoiando-se no Instituto Soroterápico Federal deflagrou históricas campanhas de saneamento.

Iniciou a luta contra a febre amarela no Rio de Janeiro que tornou-se célebre entre 1897 e 1906 como túmulo dos estrangeiros, já que nesse período morreram quatro mil imigrantes conforme Ana Palma da FIOCRUZ à qual recorro como fonte.

Vendo a tragédia como um rastilho de pólvora ameaçando dizimar a capital, espalhar-se pelo País, Oswaldo Cruz iniciou férrea luta contra a febre amarela, adotando rigorosas medidas sanitárias que provocaram virulenta, injusta campanha da mídia insuflando a sociedade contra o sanitarista cujas consequências desaguaram na Revolta da Vacina pela população.

Além de combater a epidemia da febre amarela cujo transmissor era o mosquito Stegomyia Fasciata, hoje conhecido como Aedes aegypti, Oswaldo venceu outro flagelo, o da peste bubônica transmitida pela pulga de ratos.

Sua dedicação, da sua equipe, coragem, espírito público, salvou centenas de milhares de pessoas. Oswaldo Cruz é um exemplo a ser lembrado, patrimônio do Brasil.

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