A ideia do Brasil inviável, improvável, insustentável, tem
raízes antigas, traduz uma imensa luta teórica, política, ideológica que o
acompanha desde os seus primórdios de nação independente, estendendo-se aos
conturbados dias que vivemos na atualidade.
Que simboliza, em termos gerais, a disputa entre segmentos
que de um lado pelejam pelo protagonismo do País através da sua autonomia
econômica no cenário internacional das nações, com um desenvolvimento
sustentado em políticas que impulsionem através de um Estado dinâmico o progresso
social, erradicando os males dos abismos sociais históricos, que alavanque o
desenvolvimento científico, tecnológico, industrial, educacional etc.
Já do outro lado estão os setores que por interesses financeiros,
econômicos, alinham-se a uma ideia de um cosmopolitismo subalterno e dependente
para o Brasil.
E para tanto repudiam o protagonismo do Estado nacional
moderno, contemporâneo com o seu tempo e exigências de cada período histórico,
introduzindo em seu lugar uma visão globalista de gestão dos negócios como se a
mola que impulsiona as relações econômicas, comerciais, diplomáticas entre os
Países acontecesse sob bases equânimes e não extremamente competitivas, quando
não imperialistas.
Os grandes arcos de alianças estratégicas que dão rumos aos
processos de confluência aos projetos de desenvolvimento do País sempre foram
alvos dos segmentos avessos ao protagonismo da nação soberana, industrializada,
desenvolvida.
Em períodos recentes testemunhou-se a aplicação na prática
da versão do Brasil subalterno contra a revolução de 1930, a gestão nacionalista
em 1950 de Getúlio, o governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, as
reformas de Jango. E desde 2002, a tenaz articulação desestabilizadora para
impor à nação a ortodoxia neoliberal, privatista, fundamentalista do Mercado.
Hoje em um contexto de crise capitalista global, que também
atinge seriamente o País, os adeptos da subalternidade, dependência, atuam mais
uma vez através de uma linha antidemocrática, golpista.
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