sexta-feira, 23 de março de 2012

Quando os verdes amarelam feio

O Editorial da Gazeta de Alagoas em sua edição desta quinta-feira:

Charge de Ênio Lins publicada na mesma edição da Gazeta de Alagoas

Novos vazamentos de petróleo na perfuração do Campo do Frade, situado na Bacia de Campos, Estado do Rio, põem a Agência Nacional de Petróleo em estado de alerta. Um comitê de trabalho foi criado para analisar detalhadamente o quadro.

Os problemas no Campo do Frade começaram em novembro do ano passado e recorrentes vazamentos têm sido denunciados pelos técnicos da ANP e pela mídia.

O mais instigante da questão não está no desastre em si, mas no silêncio radical dos grupos ambientalistas. Mormente agitados, explosivos, apopléticos, quando o tema tem a ver com projetos brasileiros de grande impacto desenvolvimentista (como a construção de estaleiros), o ativismo verde amarelou quando o escuro do petróleo espalhou-se na Bacia de Campos. Por que será? Por quem não estão a dobrar esses sinos verdejantes?

Será que é por que a empresa responsável pelo desastre não é brasileira? Se a responsabilidade estivesse sobre a Petrobras, e não sobre a Chevron, não será que a veia guerrilheira das ONGs do momento estariam a impulsionar corações e mentes em mais uma luta renhida sob uma tremulante green flag.

Onde estarão as brigadas verdejantes que tanto se esgoelaram contra o Novo Código Florestal? Onde andarão as verdes falanges que combatem sem tréguas, com toda energia, a construção da hidrelétrica de Belo Monte?

Certamente trata-se de um engano. Ou do desinteresse da mídia em cobrir as manifestações contra a Chevron. Quem sabe esses protestos estejam acontecendo alhures, na sede da empresa nos EUA?

O fato é que, a cada dia, fica mais evidente a manipulação política no radicalismo ideológico da causa ambientalista. Os alvos passam a ser as iniciativas para o desenvolvimento dos países emergentes (transformam-se em vilões o agronegócio e as ciências agronômicas e se endeusa o atraso da agricultura de subsistência), enquanto os danos ambientais causados pelas potências ocidentais são relegados a um honroso segundo plano quando não ao esquecimento puro e simples.

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