terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dilma empossa Aldo no Ministério do Esporte: reinício do jogo


A presidente Dilma empossou Aldo Rebelo como ministro do Esporte na tarde desta segunda-feira, 31/10, em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a presença de autoridades, parlamentares, dirigentes esportivos, ex-atletas e de Pelé, embaixador honorário do Brasil para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.

A presidente da República iniciou sua fala destacando que não estava nos planos do governo promover essa mudança, mas que muitas vezes somos conduzidos a situações inesperadas que temos de enfrentar, “com tristeza, mas sempre com coragem e determinação”.

“Foi o que fizemos nesse caso, sem abrir mão de construir o caminho que escolhemos”. E citou versos do compositor Martinho da Vila, que, segundo ela, se ajustam a esse momento: “Deixo o mundo me rumar para onde eu quero ir”, destacando que “movidos por nossos princípios e nossas crenças e não para onde querem nos levar”.

Ela disse ainda que “as pessoas podem nos deixar, mas as políticas e linhas de ação terão que ser preservadas”. A presidente Dilma atribui ao ex-ministro “um excepcional trabalho, do qual sou testemunha como ministra e agora como presidente da República, de inclusão social e ampliação de oportunidades através do esporte”. Disse ainda que ele “não perde meu respeito e desejo sucesso na sua cruzada pela verdade”.

Fez elogio ao PCdoB, dizendo que preserva o apoio que considera “fundamental”. Disse que nos últimos nove anos, o PCdoB foi “parceiro leal e relevante no projeto de desenvolvimento baseado na democracia, na afirmação soberana do Brasil e crescimento com distribuição de renda e inclusão social”.

Em seguida, elogiou o novo colaborador. “Experiente, qualificado, sério, líder reconhecido, homem de estado e defensor corajoso de opiniões fortes dos interesses nacionais”. Segundo ela, Aldo Rebelo “tem plenas condições de dar continuidade às políticas do ministério e estabelecer, desde logo, relações claras com entes envolvidos na preparação da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos (...) e negociar, em busca de soluções em que todos ganhem, principalmente e especialmente o Brasil e o povo brasileiro, sem que a ninguém seja imposto abdicar de princípios e direitos legais em vigor no Pais”.

A presidente finalizou o discurso usando uma imagem emprestada do futebol, muito usada pelo presidente Lula, como afirmou, “Hoje, colocamos a bola no chão. Reiniciamos o jogo e vamos para o ataque por um Brasil mais justo e desenvolvido. Está será a vitória de todos nós”.

O ex-ministro do Esporte Orlando Silva agradeceu à presidenta Dilma o apoio, a confiança e a solidariedade, defendeu seu partido e apresentou seu sucessor no cargo, “um homem público de grande envergadura”, acrescentando que “um dos maiores orgulhos que tenho é de fazer parte da mesma tradição do Partido de Aldo Rebelo”.

No seu discurso de posse o novo ministro falou sobre a importância do esporte, principalmente o futebol, para o sentimento de “pertencimento” dos brasileiros ao seu país. Para Aldo Rebelo, no Brasil, futebol é fator de integração, afirmação e identidade nacional.

Aldo Rebelo destacou a mobilização do País para a realização da Copa e das Olimpíadas como os principais desafios que enfrentará em seu novo posto. Segundo o ministro, as Olimpíadas são uma promessa em si de confraternização, de paz, de congraçamento dos povos. “E a América Latina acolhe o papel de organizar esse evento pela primeira vez”, ressaltou. Afirmou ainda que a FIFA, organização que gerencia o futebol internacional, reúne mais integrantes (208) do que a própria Organização das Nações Unidas (193). “Enquanto as potências discutem se apoiam a Palestina como filiada, a FIFA já reconhece e a acolhe como membro integrante. Até já disputou Eliminatórias”, salientou.

Elogiando seu antecessor, Aldo Rebelo defendeu o legado de Orlando Silva: “Aceito com humildade esse desafio que se torna mais leve, menor, exatamente pelo que foi construído e realizado até agora”. Disse que Orlando Silva, mais que inocente, é vítima das consequências da luta social e da luta de ideias. Também defendeu o Partido, dizendo que não está acima das críticas e procura corrigir as deformidades, mas “esse Partido constitui a herança sublime, não só do Brasil, mas da humanidade pela continuidade de luta pela igualdade e pela liberdade”.

Transmissão de cargo

A cerimônia de transmissão de cargo, realizada no auditório do Ministério do Esporte, contou com a presença de dirigentes esportivos e de federações, deputados e prefeitos, além da equipe do Ministério.

Ao transmitir o cargo para seu sucessor, o ex-ministro Orlando Silva fez elogios e enfatizou os desafios que o atual ministro terá pela frente, com a tarefa de realizar megaeventos como Copa e Olimpíadas, além de aprimorar a infraestrutura de equipamentos para a prática do esporte no País: “É um privilégio passar o bastão para o Aldo, que tem uma trajetória política de defesa dos interesses nacionais. Uma pessoa da estatura política de Aldo vai fazer muita diferença na relação com o Congresso Nacional, fixação de estratégias e planos do Ministério, pois ele tem uma capacidade fora do comum”.

Aldo Rebelo elogiou o trabalho realizado por Orlando à frente do Ministério, dizendo que suas expectativas foram superadas ao tomar conhecimento dos programas e projetos desenvolvidos. O novo ministro acrescentou que vai procurar estar à altura da responsabilidade dada pela presidenta Dilma Rousseff, à frente de um Ministério que nasceu em 2003, pois o esporte não era visto como prioridade. “As escolas não eram concebidas para dar uma formação completa às crianças, eram feitas sem equipamentos esportivos. O esporte tem uma função pedagógica e moral, não só de lazer. As crianças aprendem a ganhar e a perder, suas capacidades e seus limites”.

Na cerimônia o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, discursou. Em resposta aos elogios, agradecimentos e homenagens dirigidas a ele, o presidente do Partido fez um elogio a Orlando Silva, a quem definiu como “destemido e orgulho do nosso Partido”. Ele disse que o PCdoB é um Partido de princípios e ideias, programas e projetos. Tem uma aliança de longa data com o presidente Lula, falando sobre a participação da legenda nos governos Lula e Dilma, porque existe uma identidade de políticas e rumos.

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