sexta-feira, 19 de novembro de 2010

De novo, a inquisição literária brasileira

Um século de história censurado pela inquisição literária brasileira



Após a tentativa de proibição de Caçadas de Pedrinho, do escritor Monteiro Lobato, patrimônio cultural brasileiro – o autor e a obra –, uma decisão judicial pretende insistir na censura literária, uma inquisição baseada na falta de conhecimento e no conservadorismo.

Desta vez, o Tribunal de Justiça de São Paulo atendeu em parte o pedido feito pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, e proibiu a distribuição do livro Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século na rede estadual de ensino de SP.

O motivo, segundo a liminar assinada pelo desembargador Fernando Antônio Maia da Cunha, presidente da Seção de Direito Privado do Tribunal, foi o conteúdo “inapropriado” para estudantes entre 11 e 17 anos de três dos textos que são consideradas obras-primas da história literária brasileira.

Foram censurados escritores da ordem de Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Machado de Assis, Rubem Braga, Drummond e Lima Barreto. São ilustres representantes da todas as etapas da formação do Brasil, que não podem mais chegar gratuitamente às mãos da juventude paulista pela rede pública de ensino.

Um triste exemplo para as novas gerações e uma mácula em nossa jovem democracia.

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