Meu novo artigo semanal:
A condenação do ex-presidente Lula, com nítido caráter de perseguição política, o persistente e contínuo esfarelamento do governo Temer, associado ao anterior impeachment da ex-presidente Dilma, como retrato da vulgarização, banalidade, desse instituto constitucional ao longo da Nova República desde a promulgação da Constituição de 1988, a aprovação da reforma trabalhista profundamente contrária aos direitos dos assalariados, representam aspectos gravíssimos da atual crise estrutural brasileira.
Com a economia estagnada, desemprego crescente, desindustrialização persistente há décadas, a estratosférica remuneração do capital financeiro, especialmente do rentismo insaciável, sustentado pela chamada dívida pública da união, entre outras formas de rapinagem, a nação vê-se sem rumos, desprovida de um projeto estratégico de desenvolvimento que lhe dê sentido e perspectiva.
Além disso assistimos o Estado nacional fragmentado em corporações poderosas, outras com essa pretensão, que se invocam como alter ego da nação, mas nenhuma delas possui o sentimento e a responsabilidade de contributo aos destinos do País.
Desalentada e com crescente perda de autoestima, a sociedade brasileira acha-se sem norte, sul, leste ou oeste, ao sabor de uma tormenta institucional antropofágica que vai devorando a tudo e a todos, uns mais outros um pouco menos, mas a verdade é que ruma para a destruição da vida política nacional, instância decisiva da participação social na vida do País.
Dividido, o Brasil é alvo contínuo das ações de grandes potências, no aspecto econômico, comercial ou geopolítico e mesmo assim ainda é a sétima economia mundial, com uma população de 210 milhões de habitantes, um território continental, cujas áreas e riquezas estratégicas são extremante cobiçadas, como a Amazônia.
O País precisa voltar a crescer, reconstruir a unidade das grandes maiorias em torno de um projeto que seja mais que um rumo de desenvolvimento, mas um espírito de País, um Estado moderno, uma sociedade próspera com justiça social, como afirma o Manifesto pela União Nacional do ex-ministro Aldo Rebelo.
A atual crise vai continuar se desdobrando de forma desembestada, numa autofagia acelerada e vai demonstrar que só será superada em um patamar econômico, social e político superior da vida nacional.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
sexta-feira, 7 de julho de 2017
Manifesto em defesa da nação
Lançado em Brasília, em 6 de junho, encabeçado pelo ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, o manifesto suprapartidário pela união nacional para o enfrentamento da crise brasileira propõe uma agregação de forças para a superação do impasse político e da crise socioeconômica que travam o País. O manifesto político deve resultar na criação de um movimento pela união nacional, como é esperado. A seguir o texto na íntegra.
MANIFESTO PELA UNIÃO NACIONAL
“Não precisa o Brasil ser dividido, é melhor união progresso e paz”
(Geraldo Amancio, poeta e repentista)
O Brasil vive grave e profunda crise, que ameaça seu futuro de Nação livre, próspera e soberana. O esforço de nossos antepassados, sem temer sacrifícios nem renúncias para construir a País é posto à prova pela atual desorientação sobre que rumos seguir para ampliar a independência e a autonomia nacionais, elevar o bem-estar material e espiritual da população e proteger o convívio democrático entre os brasileiros. As rupturas operadas na ordem institucional geraram um quadro de aguda polarização, agravado pela recessão econômica, pelos altos níveis de desemprego e subemprego, e pela violência em suas variadas formas. A sociedade brasileira encontra-se dividida, desorientada e desalentada, com sua agenda pautada por atores e interesses minoritários, e mesmo antinacionais, ambiente ideal para a proliferação de várias formas de morbidez social, entre elas a corrupção.
Somente a união de amplas forças políticas, econômicas e sociais, em torno de uma proposta de reconstrução e afirmação nacional, pode abrir caminho para a superação da crise atual. Tal proposta não pode ser apenas uma plataforma de metas econômicas e sociais, mas deve buscar sua inspiração no estado de espírito capaz de mobilizar amplamente os diversos atores da sociedade, com o objetivo comum de ver o País progredir de forma que os benefícios do desenvolvimento sejam percebidos por todos eles, levando-os a se sentirem como seus protagonistas ativos. Este projeto exige como pressuposto que a defesa e o desenvolvimento do Brasil sejam o fundamento para assegurar a efetiva expansão dos direitos sociais e da democracia.
A elaboração e implantação do projeto de construção e afirmação nacional não poderão limitar-se à classe política, mas terão que ser compartilhadas pelos mais diversos segmentos representativos da sociedade. Isto exige o afastamento de toda sorte de preconceitos motivados por ideologias e maniqueísmos, que se mostram insuficientes e limitados para permitir o entendimento da situação. Acima de tudo, é necessário abandonar a enganosa dicotomia entre Estado e Mercado, que tem servido apenas para mascarar a captura das estruturas do primeiro por coalizões de interesses particulares, substituindo-a por uma eficiente cooperação entre o poder público e a iniciativa privada, em prol do bem comum, como ocorreu e ocorre em todos os países que conseguiram enfrentar e remover os desafios no caminho do desenvolvimento duradouro e sustentável.
As gerações que nos antecederam ergueram material e espiritualmente o Brasil, em quatro grandes movimentos, a saber:
1) a formação da base física, a conformação do território, do ano zero de 1500 e da originária Terra de Santa Cruz, ao Tratado de Madrid, em 1750, que configurou de forma aproximada as atuais fronteiras nacionais e iniciou o processo de mestiçagem que caracterizou a formação social brasileira.
2) a epopeia da Independência, consolidada em 1822, representada nas figuras luminares de Tiradentes e José Bonifácio, Patriarca idealizador de um projeto de Nação que ainda guarda grande atualidade.
3) a fase da defesa e manutenção da unidade territorial, com D.Pedro I e D.Pedro II e que se encerra com a libertação dos escravos em 1888;
4) a República proclamada por Deodoro da Fonseca e consolidada por Floriano Peixoto, que tem o apogeu em Getúlio Vargas e seu ambicioso programa de industrialização e modernização do Estado, pondo em prática aspirações anteriores dos movimentos Sanitarista, Tenentista e da Nova Educação. A partir de Vargas o Brasil oscilou ao sabor das correntes varguista e anti-varguista, até os nossos dias.
Hoje, nos marcos da economia globalizada e com o País em condições mais favoráveis que no passado, temos a missão de iniciar um novo projeto nacional, o quinto movimento, em três direções e três objetivos:
1) ampliar a soberania nacional com o pleno desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e dos meios de defesa do País;
2) elevar a qualidade de vida do povo brasileiro com a redução das desigualdades sociais; proteção da infância e da maternidade, acesso à educação de qualidade, saúde e saneamento básico; combate sem tréguas ao crime organizado e valorização da segurança pública contra o banditismo em todas as suas formas;
3) fortalecer a democracia e a tolerância na convivência entre os brasileiros, com realização de uma reforma política que liberte nosso sistema político do controle de interesses corporativos e oligárquicos e assegure o predomínio dos grandes debates dos temas nacionais na esfera pública.
A crise nacional acontece em meio a um quadro global de mudança de época, marcado por:
a) agravamento das consequências socioeconômicas negativas da globalização dirigida pelas finanças especulativas internacionais;
b) alteração do eixo geoeconômico mundial para a Eurásia-Pacífico;
c) emergência de um cenário de poder multipolar, em contraposição à unipolaridade do período posterior ao fim da Guerra Fria;
d) novas revoluções científicas e tecnológicas e rápida introdução de tecnologias inovadoras (Quarta Revolução Industrial), com profundos impactos sobre as formas de produção de bens e serviços, níveis de emprego, relações de trabalho, qualificação da força de trabalho e as próprias relações sociais em geral.
Todos esses aspectos terão influência determinante para o necessário projeto nacional brasileiro, que, por sua vez, é condição decisiva para exercer influência sobre a dinâmica global. Por isso o projeto nacional brasileiro precisa contemplar a relevância continental do País, que ocupa metade da América do Sul, representa cerca de 50% da economia da região, faz fronteira com dez outros países e representa a força motriz potencial para a integração física e econômica do subcontinente. O Brasil deve assumir definitivamente o papel de liderança benigna e não hegemônica do bloco sul-americano, dando-lhe “massa crítica” para participar de forma eficaz e positiva na reconstrução da ordem mundial que está em marcha.
É fundamental que o sistema financeiro reoriente seus esforços para estimular e apoiar as atividades produtivas. Os títulos da dívida pública não podem continuar sendo o investimento mais rentável do País, como ocorreu no período de 2001-2016, muito acima de qualquer atividade produtiva. A aspiração ao desenvolvimento não pode ser bloqueada pelos interesses rentistas locais ou estrangeiros.
A reversão da desindustrialização que afeta o País é crucial. O Brasil tem regredido dramaticamente em capacidade industrial, principalmente no segmento de alta tecnologia, impactando as camadas médias da sociedade, com a perda de empregos qualificados e de melhor remuneração. A despeito da rapidez do processo, ainda temos uma das dez maiores e mais diversificadas bases industriais do mundo. Além de recuperar a capacidade produtiva, é determinante requalificar todo o setor industrial para enfrentar o desafio da Quarta Revolução Industrial, baseada em elevados índices de automação e conectividade, e intenso fluxo de inovações tecnológicas de ponta.
A retomada do desenvolvimento brasileiro exige a estruturação de cadeias produtivas de maior valor agregado baseadas em conhecimento nacional. Isto, por sua vez, requer a ampliação dos investimentos públicos e privados em todas as dimensões da educação e geração do conhecimento e de sua aplicação inovadora na economia nacional, incluindo o apoio efetivo e criterioso à capacitação e elevação da produtividade das empresas nacionais. O Estado Nacional deverá passar também por uma profunda reforma que incorpore e internalize no seu sistema de controles o princípio da incerteza que rege a descoberta científica e a dinâmica da inovação, de forma a não travar a atividade de pesquisa ou inibir a criatividade do empreendedor.
Aos alarmantes índices de deficiências educacionais da população matriculada na rede de ensino, soma-se a crescente degradação do ambiente escolar, com o aumento da violência e o abandono das noções de disciplina e hierarquia, sem as quais o esforço de aprendizagem está fadado ao fracasso. A realidade tem demonstrado que além da destinação de recursos é urgente a retomada da questão educacional como prioridade central do Estado, que deve protegê-la dos vícios do corporativismo, enaltecer o papel do professor e restaurar sua autoridade dentro da sala de aula e na sociedade.
A agricultura, a pecuária e a agroindústria constituem ativos econômicos, sociais, culturais e geopolíticos de grande importância para o Brasil. Mesmo enfrentando a forte e subsidiada concorrência dos criadores e agricultores europeus e norte-americanos, nossos, pequenos, médios e grandes produtores abastecem o mercado interno e ganham cada vez mais espaço no comércio mundial de alimentos. O status de grande produtor de grãos e proteína gera para o Brasil, além de divisas, respeito crescente num mundo cada vez mais carente de segurança alimentar. O Brasil deve valorizar social e culturalmente seus trabalhadores, criadores e produtores rurais, protegê-los com financiamento, crédito e seguro; destinar recursos para ciência, tecnologia e inovação para melhorar a produtividade de todas as atividades a eles relacionadas.
As Forças Armadas são instituições fundadoras da nacionalidade e do Estado Nacional e cumprem a dupla missão de defender e construir o País. Do programa nuclear ao nosso primeiro computador, da pesquisa espacial, indústria aeronáutica e defesa cibernética, as instituições armadas têm cumprido papel de vanguarda e pioneirismo. Cumprem missão humanitária socorrendo os índios e ribeirinhos da Amazônia ou as vítimas da seca no sertão nordestino sem perder o etos de organização de combate e de defesa da Pátria.
Portanto, é preciso valorizar e reconhecer as Forças Armadas brasileiras, seus feitos e seus heróis, seus valores, patriotismo e elevado espírito de generosidade e solidariedade para com a comunidade. Tal atitude deve ter sentido educativo para as crianças e para a juventude exposta ao ambiente de corrosão dos valores da nacionalidade com que convivemos no dia a dia.
A política ambiental deve refletir um real compromisso com o desenvolvimento sustentável do País, em vez de simplesmente se enquadrar em agendas formuladas por atores e interesses externos. Entre outras prioridades, deverá enfocar as deficiências em saneamento básico, disposição de lixo, ocupação irregular de áreas de risco, e a ampliação da infraestrutura de previsão e resposta a emergências causadas por fenômenos naturais.
Da mesma forma, é preciso uma urgente redefinição da política para as populações indígenas, compatibilizando-a com o direito de toda a população a uma evolução civilizatória digna, respeitando-se as suas tradições culturais e sua contribuição decisiva para a constituição da identidade nacional. Somente assim será possível assegurar-lhes uma integração gradativa à sociedade nacional, como cidadãos plenos e aptos a dispensar, eventualmente, a tutela permanente do Estado.
Alvo de pressões e cobiça internacional, a Amazônia clama por ações efetivas de controle e afirmação da soberania sobre seu imenso território, e por políticas públicos de estímulo e apoio ao seu desenvolvimento e de proteção de suas populações indígenas e ribeirinhas e da biodiversidade.
Nossa produção artística e cultural, em sintonia com os grandes movimentos da Nação, inventou o Brasil ao longo da sua história. É importante defender e promover o rico e variado patrimônio cultural da Nação brasileira, sua língua, suas tradições e múltiplas manifestações, sua criatividade e seu potencial de desenvolvimento econômico, enfrentando as práticas concentradoras e restritivas dos grandes conglomerados internacionais da mídia e da internet.
O Brasil deve promover e exaltar a participação da mulher na construção do País e reconhecer em nossas antepassadas indígenas, africanas e europeias relevante papel na constituição da Nação e na formação da identidade do povo brasileiro.
A luta sem trégua contra o preconceito racial no Brasil se impõe pela valorização da herança e contribuição africana na formação da cultura e da identidade nacional brasileira e pela celebração da mestiçagem como traço decisivo de nosso legado civilizatório. Devemos repudiar qualquer tentativa de se introduzir no Brasil modelos importados de sociedades que institucionalizaram o racismo em suas relações sociais.
O combate à corrupção deve ser um objetivo permanente da sociedade e do Estado, mas não se pode paralisar o País a pretexto de se eliminar um mal que é endêmico nas economias de todo o mundo.
O Brasil precisa voltar a crescer. Esta é a questão central. Não há como sanear as finanças públicas sem que a economia cresça e a arrecadação tributária aumente. Não há como se negar que o Brasil precisa de reformas que corrijam distorções, eliminem privilégios corporativos, facilitem a empregabilidade e o funcionamento da economia. Mas não haverá equilíbrio da Previdência se não houver emprego e arrecadação. Não haverá reforma que convença o empreendedor privado a investir se não houver perspectiva de demanda. E para o Brasil voltar a crescer, o primeiro consenso a ser alcançado é que todos se convençam disso. Nenhum homem ou mulher de boa vontade irá se opor a algum sacrifício se isso significar esperança para si e futuro para seus filhos. Mas todos precisam abrir mão de alguma coisa. São inaceitáveis reformas que descarreguem o peso do ajuste sobre os ombros dos mais fracos e protejam os interesses de grupos elitistas que concentram o patrimônio nacional.
O Brasil é um País rico, principalmente em recursos humanos. Se todos puderem compartilhar do desenvolvimento dessa riqueza ele será mais próspero e feliz. Ninguém é contra que os mais capazes e talentosos se enriqueçam. Ninguém é contra que quem empreenda tenha a justa recompensa pelo seu esforço. Mas o Brasil não precisa, não deve e não pode ser tão desigual. Esse é o grande acordo que precisa se estabelecer na sociedade brasileira. É em torno desse ideal transcendente de grandeza nacional e de justiça que devem se unir os brasileiros de todas as classes, profissões, origens, condições sociais e credos.
MANIFESTO PELA UNIÃO NACIONAL
“Não precisa o Brasil ser dividido, é melhor união progresso e paz”
(Geraldo Amancio, poeta e repentista)
O Brasil vive grave e profunda crise, que ameaça seu futuro de Nação livre, próspera e soberana. O esforço de nossos antepassados, sem temer sacrifícios nem renúncias para construir a País é posto à prova pela atual desorientação sobre que rumos seguir para ampliar a independência e a autonomia nacionais, elevar o bem-estar material e espiritual da população e proteger o convívio democrático entre os brasileiros. As rupturas operadas na ordem institucional geraram um quadro de aguda polarização, agravado pela recessão econômica, pelos altos níveis de desemprego e subemprego, e pela violência em suas variadas formas. A sociedade brasileira encontra-se dividida, desorientada e desalentada, com sua agenda pautada por atores e interesses minoritários, e mesmo antinacionais, ambiente ideal para a proliferação de várias formas de morbidez social, entre elas a corrupção.
Somente a união de amplas forças políticas, econômicas e sociais, em torno de uma proposta de reconstrução e afirmação nacional, pode abrir caminho para a superação da crise atual. Tal proposta não pode ser apenas uma plataforma de metas econômicas e sociais, mas deve buscar sua inspiração no estado de espírito capaz de mobilizar amplamente os diversos atores da sociedade, com o objetivo comum de ver o País progredir de forma que os benefícios do desenvolvimento sejam percebidos por todos eles, levando-os a se sentirem como seus protagonistas ativos. Este projeto exige como pressuposto que a defesa e o desenvolvimento do Brasil sejam o fundamento para assegurar a efetiva expansão dos direitos sociais e da democracia.
A elaboração e implantação do projeto de construção e afirmação nacional não poderão limitar-se à classe política, mas terão que ser compartilhadas pelos mais diversos segmentos representativos da sociedade. Isto exige o afastamento de toda sorte de preconceitos motivados por ideologias e maniqueísmos, que se mostram insuficientes e limitados para permitir o entendimento da situação. Acima de tudo, é necessário abandonar a enganosa dicotomia entre Estado e Mercado, que tem servido apenas para mascarar a captura das estruturas do primeiro por coalizões de interesses particulares, substituindo-a por uma eficiente cooperação entre o poder público e a iniciativa privada, em prol do bem comum, como ocorreu e ocorre em todos os países que conseguiram enfrentar e remover os desafios no caminho do desenvolvimento duradouro e sustentável.
As gerações que nos antecederam ergueram material e espiritualmente o Brasil, em quatro grandes movimentos, a saber:
1) a formação da base física, a conformação do território, do ano zero de 1500 e da originária Terra de Santa Cruz, ao Tratado de Madrid, em 1750, que configurou de forma aproximada as atuais fronteiras nacionais e iniciou o processo de mestiçagem que caracterizou a formação social brasileira.
2) a epopeia da Independência, consolidada em 1822, representada nas figuras luminares de Tiradentes e José Bonifácio, Patriarca idealizador de um projeto de Nação que ainda guarda grande atualidade.
3) a fase da defesa e manutenção da unidade territorial, com D.Pedro I e D.Pedro II e que se encerra com a libertação dos escravos em 1888;
4) a República proclamada por Deodoro da Fonseca e consolidada por Floriano Peixoto, que tem o apogeu em Getúlio Vargas e seu ambicioso programa de industrialização e modernização do Estado, pondo em prática aspirações anteriores dos movimentos Sanitarista, Tenentista e da Nova Educação. A partir de Vargas o Brasil oscilou ao sabor das correntes varguista e anti-varguista, até os nossos dias.
Hoje, nos marcos da economia globalizada e com o País em condições mais favoráveis que no passado, temos a missão de iniciar um novo projeto nacional, o quinto movimento, em três direções e três objetivos:
1) ampliar a soberania nacional com o pleno desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e dos meios de defesa do País;
2) elevar a qualidade de vida do povo brasileiro com a redução das desigualdades sociais; proteção da infância e da maternidade, acesso à educação de qualidade, saúde e saneamento básico; combate sem tréguas ao crime organizado e valorização da segurança pública contra o banditismo em todas as suas formas;
3) fortalecer a democracia e a tolerância na convivência entre os brasileiros, com realização de uma reforma política que liberte nosso sistema político do controle de interesses corporativos e oligárquicos e assegure o predomínio dos grandes debates dos temas nacionais na esfera pública.
A crise nacional acontece em meio a um quadro global de mudança de época, marcado por:
a) agravamento das consequências socioeconômicas negativas da globalização dirigida pelas finanças especulativas internacionais;
b) alteração do eixo geoeconômico mundial para a Eurásia-Pacífico;
c) emergência de um cenário de poder multipolar, em contraposição à unipolaridade do período posterior ao fim da Guerra Fria;
d) novas revoluções científicas e tecnológicas e rápida introdução de tecnologias inovadoras (Quarta Revolução Industrial), com profundos impactos sobre as formas de produção de bens e serviços, níveis de emprego, relações de trabalho, qualificação da força de trabalho e as próprias relações sociais em geral.
Todos esses aspectos terão influência determinante para o necessário projeto nacional brasileiro, que, por sua vez, é condição decisiva para exercer influência sobre a dinâmica global. Por isso o projeto nacional brasileiro precisa contemplar a relevância continental do País, que ocupa metade da América do Sul, representa cerca de 50% da economia da região, faz fronteira com dez outros países e representa a força motriz potencial para a integração física e econômica do subcontinente. O Brasil deve assumir definitivamente o papel de liderança benigna e não hegemônica do bloco sul-americano, dando-lhe “massa crítica” para participar de forma eficaz e positiva na reconstrução da ordem mundial que está em marcha.
É fundamental que o sistema financeiro reoriente seus esforços para estimular e apoiar as atividades produtivas. Os títulos da dívida pública não podem continuar sendo o investimento mais rentável do País, como ocorreu no período de 2001-2016, muito acima de qualquer atividade produtiva. A aspiração ao desenvolvimento não pode ser bloqueada pelos interesses rentistas locais ou estrangeiros.
A reversão da desindustrialização que afeta o País é crucial. O Brasil tem regredido dramaticamente em capacidade industrial, principalmente no segmento de alta tecnologia, impactando as camadas médias da sociedade, com a perda de empregos qualificados e de melhor remuneração. A despeito da rapidez do processo, ainda temos uma das dez maiores e mais diversificadas bases industriais do mundo. Além de recuperar a capacidade produtiva, é determinante requalificar todo o setor industrial para enfrentar o desafio da Quarta Revolução Industrial, baseada em elevados índices de automação e conectividade, e intenso fluxo de inovações tecnológicas de ponta.
A retomada do desenvolvimento brasileiro exige a estruturação de cadeias produtivas de maior valor agregado baseadas em conhecimento nacional. Isto, por sua vez, requer a ampliação dos investimentos públicos e privados em todas as dimensões da educação e geração do conhecimento e de sua aplicação inovadora na economia nacional, incluindo o apoio efetivo e criterioso à capacitação e elevação da produtividade das empresas nacionais. O Estado Nacional deverá passar também por uma profunda reforma que incorpore e internalize no seu sistema de controles o princípio da incerteza que rege a descoberta científica e a dinâmica da inovação, de forma a não travar a atividade de pesquisa ou inibir a criatividade do empreendedor.
Aos alarmantes índices de deficiências educacionais da população matriculada na rede de ensino, soma-se a crescente degradação do ambiente escolar, com o aumento da violência e o abandono das noções de disciplina e hierarquia, sem as quais o esforço de aprendizagem está fadado ao fracasso. A realidade tem demonstrado que além da destinação de recursos é urgente a retomada da questão educacional como prioridade central do Estado, que deve protegê-la dos vícios do corporativismo, enaltecer o papel do professor e restaurar sua autoridade dentro da sala de aula e na sociedade.
A agricultura, a pecuária e a agroindústria constituem ativos econômicos, sociais, culturais e geopolíticos de grande importância para o Brasil. Mesmo enfrentando a forte e subsidiada concorrência dos criadores e agricultores europeus e norte-americanos, nossos, pequenos, médios e grandes produtores abastecem o mercado interno e ganham cada vez mais espaço no comércio mundial de alimentos. O status de grande produtor de grãos e proteína gera para o Brasil, além de divisas, respeito crescente num mundo cada vez mais carente de segurança alimentar. O Brasil deve valorizar social e culturalmente seus trabalhadores, criadores e produtores rurais, protegê-los com financiamento, crédito e seguro; destinar recursos para ciência, tecnologia e inovação para melhorar a produtividade de todas as atividades a eles relacionadas.
As Forças Armadas são instituições fundadoras da nacionalidade e do Estado Nacional e cumprem a dupla missão de defender e construir o País. Do programa nuclear ao nosso primeiro computador, da pesquisa espacial, indústria aeronáutica e defesa cibernética, as instituições armadas têm cumprido papel de vanguarda e pioneirismo. Cumprem missão humanitária socorrendo os índios e ribeirinhos da Amazônia ou as vítimas da seca no sertão nordestino sem perder o etos de organização de combate e de defesa da Pátria.
Portanto, é preciso valorizar e reconhecer as Forças Armadas brasileiras, seus feitos e seus heróis, seus valores, patriotismo e elevado espírito de generosidade e solidariedade para com a comunidade. Tal atitude deve ter sentido educativo para as crianças e para a juventude exposta ao ambiente de corrosão dos valores da nacionalidade com que convivemos no dia a dia.
A política ambiental deve refletir um real compromisso com o desenvolvimento sustentável do País, em vez de simplesmente se enquadrar em agendas formuladas por atores e interesses externos. Entre outras prioridades, deverá enfocar as deficiências em saneamento básico, disposição de lixo, ocupação irregular de áreas de risco, e a ampliação da infraestrutura de previsão e resposta a emergências causadas por fenômenos naturais.
Da mesma forma, é preciso uma urgente redefinição da política para as populações indígenas, compatibilizando-a com o direito de toda a população a uma evolução civilizatória digna, respeitando-se as suas tradições culturais e sua contribuição decisiva para a constituição da identidade nacional. Somente assim será possível assegurar-lhes uma integração gradativa à sociedade nacional, como cidadãos plenos e aptos a dispensar, eventualmente, a tutela permanente do Estado.
Alvo de pressões e cobiça internacional, a Amazônia clama por ações efetivas de controle e afirmação da soberania sobre seu imenso território, e por políticas públicos de estímulo e apoio ao seu desenvolvimento e de proteção de suas populações indígenas e ribeirinhas e da biodiversidade.
Nossa produção artística e cultural, em sintonia com os grandes movimentos da Nação, inventou o Brasil ao longo da sua história. É importante defender e promover o rico e variado patrimônio cultural da Nação brasileira, sua língua, suas tradições e múltiplas manifestações, sua criatividade e seu potencial de desenvolvimento econômico, enfrentando as práticas concentradoras e restritivas dos grandes conglomerados internacionais da mídia e da internet.
O Brasil deve promover e exaltar a participação da mulher na construção do País e reconhecer em nossas antepassadas indígenas, africanas e europeias relevante papel na constituição da Nação e na formação da identidade do povo brasileiro.
A luta sem trégua contra o preconceito racial no Brasil se impõe pela valorização da herança e contribuição africana na formação da cultura e da identidade nacional brasileira e pela celebração da mestiçagem como traço decisivo de nosso legado civilizatório. Devemos repudiar qualquer tentativa de se introduzir no Brasil modelos importados de sociedades que institucionalizaram o racismo em suas relações sociais.
O combate à corrupção deve ser um objetivo permanente da sociedade e do Estado, mas não se pode paralisar o País a pretexto de se eliminar um mal que é endêmico nas economias de todo o mundo.
O Brasil precisa voltar a crescer. Esta é a questão central. Não há como sanear as finanças públicas sem que a economia cresça e a arrecadação tributária aumente. Não há como se negar que o Brasil precisa de reformas que corrijam distorções, eliminem privilégios corporativos, facilitem a empregabilidade e o funcionamento da economia. Mas não haverá equilíbrio da Previdência se não houver emprego e arrecadação. Não haverá reforma que convença o empreendedor privado a investir se não houver perspectiva de demanda. E para o Brasil voltar a crescer, o primeiro consenso a ser alcançado é que todos se convençam disso. Nenhum homem ou mulher de boa vontade irá se opor a algum sacrifício se isso significar esperança para si e futuro para seus filhos. Mas todos precisam abrir mão de alguma coisa. São inaceitáveis reformas que descarreguem o peso do ajuste sobre os ombros dos mais fracos e protejam os interesses de grupos elitistas que concentram o patrimônio nacional.
O Brasil é um País rico, principalmente em recursos humanos. Se todos puderem compartilhar do desenvolvimento dessa riqueza ele será mais próspero e feliz. Ninguém é contra que os mais capazes e talentosos se enriqueçam. Ninguém é contra que quem empreenda tenha a justa recompensa pelo seu esforço. Mas o Brasil não precisa, não deve e não pode ser tão desigual. Esse é o grande acordo que precisa se estabelecer na sociedade brasileira. É em torno desse ideal transcendente de grandeza nacional e de justiça que devem se unir os brasileiros de todas as classes, profissões, origens, condições sociais e credos.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
Um projeto de Brasil
Meu novo artigo semanal:
Em relação ao esgarçamento das estruturas republicanas, das mais fraturadas são aquelas que representam o voto popular, por onde a sociedade expressa, bem ou mal, a sua participação nas questões decisivas aos destinos do País.
Já o governo Temer, nascido de uma óbvia conspiração que envolve múltiplos interesses, incluindo a grande mídia hegemônica como agente proeminente, associada aos objetivos de rapina do capital financeiro, do rentismo parasitário, encontra-se absolutamente encurralado pelas suas próprias circunstâncias de ilegitimidade.
As agressões ao regime de Direito Democrático sempre foram uma constante ao longo dos vários períodos das instituições republicanas, inclusive durante esses vinte e oito anos da Nova República, após a promulgação da Constituição de 1988.
Quanto ao constitucional processo de impeachment do presidente da República, tem sido usado várias vezes, muito menos observada a letra da carta magna, e bem mais por razões particularistas de grupos políticos derrotados nos pleitos eleitorais presidenciais.
Criou-se uma cultura, no tecido social, na mídia hegemônica, de que a associação de fatores de natureza econômica, externa e ou interna, com dificuldades, menores ou mais graves, na base de sustentação dos governos são fatores justificáveis para a derrubada do governante.
Assim foi que entronizou-se o ilegítimo Temer, via um leque de poderosos grupos econômicos e políticos que não aceitaram, porque simplesmente não queriam, a reeleição da ex-Presidente.
Formou-se uma espécie de “jurisprudência política” de que qualquer mandatário pode ser apeado do poder conferido pelo voto popular, desde que as circunstâncias assim o permitam.
Carlos Lacerda, justiça se lhe faça, golpista contumaz, conspirador nato, fez escola na política nacional.
No século XXI essa anomalia antidemocrática agravou-se com a revolução midiática, as redes sociais e a alucinógena pós-verdade.
Com a sociedade fragmentada em tempestades de ódios, o País necessita, além da autoestima perdida, do sentimento democrático vilipendiado, de um projeto estratégico de desenvolvimento.
Do sentido elevado de nação e brasilidade, em uma gravíssima crise institucional fruto de crônicos males Históricos que se repetem, como esse golpe do Temer, contrários ao País, ao povo brasileiro.
Em relação ao esgarçamento das estruturas republicanas, das mais fraturadas são aquelas que representam o voto popular, por onde a sociedade expressa, bem ou mal, a sua participação nas questões decisivas aos destinos do País.
Já o governo Temer, nascido de uma óbvia conspiração que envolve múltiplos interesses, incluindo a grande mídia hegemônica como agente proeminente, associada aos objetivos de rapina do capital financeiro, do rentismo parasitário, encontra-se absolutamente encurralado pelas suas próprias circunstâncias de ilegitimidade.
As agressões ao regime de Direito Democrático sempre foram uma constante ao longo dos vários períodos das instituições republicanas, inclusive durante esses vinte e oito anos da Nova República, após a promulgação da Constituição de 1988.
Quanto ao constitucional processo de impeachment do presidente da República, tem sido usado várias vezes, muito menos observada a letra da carta magna, e bem mais por razões particularistas de grupos políticos derrotados nos pleitos eleitorais presidenciais.
Criou-se uma cultura, no tecido social, na mídia hegemônica, de que a associação de fatores de natureza econômica, externa e ou interna, com dificuldades, menores ou mais graves, na base de sustentação dos governos são fatores justificáveis para a derrubada do governante.
Assim foi que entronizou-se o ilegítimo Temer, via um leque de poderosos grupos econômicos e políticos que não aceitaram, porque simplesmente não queriam, a reeleição da ex-Presidente.
Formou-se uma espécie de “jurisprudência política” de que qualquer mandatário pode ser apeado do poder conferido pelo voto popular, desde que as circunstâncias assim o permitam.
Carlos Lacerda, justiça se lhe faça, golpista contumaz, conspirador nato, fez escola na política nacional.
No século XXI essa anomalia antidemocrática agravou-se com a revolução midiática, as redes sociais e a alucinógena pós-verdade.
Com a sociedade fragmentada em tempestades de ódios, o País necessita, além da autoestima perdida, do sentimento democrático vilipendiado, de um projeto estratégico de desenvolvimento.
Do sentido elevado de nação e brasilidade, em uma gravíssima crise institucional fruto de crônicos males Históricos que se repetem, como esse golpe do Temer, contrários ao País, ao povo brasileiro.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
O entulho autoritário
Meu novo artigo semanal:
Rejeitado pela maioria dos brasileiros, quase 90% da população, o ilegítimo governo Temer transformou-se em um verdadeiro entulho autoritário, como se falava sobre os atos, legislações e decretos tirados da cartola pelo regime ditatorial, com o intuito de sobreviver à crescente impopularidade perante a opinião pública que o atingia.
Sim, porque o interino ocupante da cadeira presidencial sempre foi na verdade um preposto, ou um capataz, dos interesses de um poderoso consórcio corporativo que promoveu o golpe em curso no País, cujos objetivos centrais estão associados aos interesses do capital financeiro especulativo, do rentismo parasitário.
Associado a uma mídia hegemônica golpista, que já não é mais fonte de informação, mesmo que parcial, transformada no principal partido da nação, com poderes de tipo fascista, combinada ao processo espúrio da globalização do capital parasitário, de uma governança mundial de tipo neoliberal extremada e sectária, responsável, em grande parte, pelas tragédias econômicas, sociais e humanitárias que estão abalando os povos.
Venderam a ideia de que esse modelo corresponde ao novo estágio de uma economia planetária integrada. O que assistimos não é uma inserção da nação em uma economia global, mas a destruição dos pilares centrais das estruturas produtivas brasileiras, a rapinagem da capacidade produtiva erguida desde o governo Getúlio Vargas, que a possibilitou crescer como uma das maiores economias do planeta.
As reformas trabalhista e previdenciária, assalto aos direitos do povo brasileiro, não são reformas mas a entrega de filões aos grupos privados internacionais.
Desejam, através de um Estado de exceção de tipo policial, o que não conseguiram pela via eleitoral, especialmente no auge da doutrina neoliberal nos governos do ex-presidente FHC.
O governo Temer seria o instrumento dessas políticas antinacionais e antissociais, impossíveis de serem levadas a cabo nas circunstâncias de um regime democrático e pelas vias legais do voto popular. Mas a conspirata não deu certo e o governo Temer virou um tremendo lixo autoritário.
Assim é fundamental a constituição de uma ampla frente democrática, em defesa da nação, que supere a farsa golpista e reconduza o País aos caminhos de uma nação democrática, socialmente justa e soberana.
Rejeitado pela maioria dos brasileiros, quase 90% da população, o ilegítimo governo Temer transformou-se em um verdadeiro entulho autoritário, como se falava sobre os atos, legislações e decretos tirados da cartola pelo regime ditatorial, com o intuito de sobreviver à crescente impopularidade perante a opinião pública que o atingia.
Sim, porque o interino ocupante da cadeira presidencial sempre foi na verdade um preposto, ou um capataz, dos interesses de um poderoso consórcio corporativo que promoveu o golpe em curso no País, cujos objetivos centrais estão associados aos interesses do capital financeiro especulativo, do rentismo parasitário.
Associado a uma mídia hegemônica golpista, que já não é mais fonte de informação, mesmo que parcial, transformada no principal partido da nação, com poderes de tipo fascista, combinada ao processo espúrio da globalização do capital parasitário, de uma governança mundial de tipo neoliberal extremada e sectária, responsável, em grande parte, pelas tragédias econômicas, sociais e humanitárias que estão abalando os povos.
Venderam a ideia de que esse modelo corresponde ao novo estágio de uma economia planetária integrada. O que assistimos não é uma inserção da nação em uma economia global, mas a destruição dos pilares centrais das estruturas produtivas brasileiras, a rapinagem da capacidade produtiva erguida desde o governo Getúlio Vargas, que a possibilitou crescer como uma das maiores economias do planeta.
As reformas trabalhista e previdenciária, assalto aos direitos do povo brasileiro, não são reformas mas a entrega de filões aos grupos privados internacionais.
Desejam, através de um Estado de exceção de tipo policial, o que não conseguiram pela via eleitoral, especialmente no auge da doutrina neoliberal nos governos do ex-presidente FHC.
O governo Temer seria o instrumento dessas políticas antinacionais e antissociais, impossíveis de serem levadas a cabo nas circunstâncias de um regime democrático e pelas vias legais do voto popular. Mas a conspirata não deu certo e o governo Temer virou um tremendo lixo autoritário.
Assim é fundamental a constituição de uma ampla frente democrática, em defesa da nação, que supere a farsa golpista e reconduza o País aos caminhos de uma nação democrática, socialmente justa e soberana.
terça-feira, 20 de junho de 2017
Espírito de Vichy
Meu novo artigo semanal:
Tropas nazistas alemãs marcham sobre Paris e franceses choram humilhados
A crise brasileira vai atingindo tal estágio que já ameaça o seu futuro como nação soberana. Até porque as fraturas econômicas, geopolíticas e institucionais são visíveis a olho nu, enquanto forças políticas resolvem tratá-las como elementos conjunturais, adotando táticas exclusivistas, só convenientes aos seus projetos eleitorais em 2018.
Essas rupturas estão abalando o tecido institucional, ao ponto de levar de roldão o País, na ausência de qualquer perspectiva, como uma nau desgovernada sem tripulação.
A História nos ensina sempre, através de inúmeros exemplos, que a primeira vítima, nesses casos, é o Estado de Direito democrático que já se encontra extremamente agredido.
Depois, sucede a tormenta econômica absoluta, em seguida o caos social, assim como a integridade da soberania sob ataques das grandes potências mundiais no saque das nossas riquezas naturais, além do surgimento de algum tresloucado aventureiro de ocasião.
Segmentos das grandes elites nativas guiam-se pelo espírito de Vichy, como afirmou o professor Mangabeira Unger, evocando as elites econômicas e políticas francesas na capitulação vergonhosa, criminosa, diante da Alemanha nazista durante a 2a Grande Guerra mundial.
Entregando a França de mão beijada às hordas hitleristas, salva pela indômita luta da Resistência Francesa, a altivez do general Charles De Gaulle, depois eleito presidente.
Mangabeira Unger diz que quem sempre se identificou, inveteradamente, com a nação, foi o Brasil real; ou seja, as grandes maiorias do povo trabalhador e mestiço, síntese, por aqui, do excepcional sincretismo, da rica fusão dos africanos, índios, portugueses notadamente, posteriormente incorporadas por outros imigrantes que para cá vieram, dizia Darcy Ribeiro.
O Brasil está dividido, sem norte, alento e autoestima, em consequência de uma pauta política de figuras com objetivos antinacionais, outros, movidos, exclusivamente, por agendas minoritárias. Não defendem os anseios das grandes maiorias do Brasil real, nem os interesses soberanos da nação.
Além de um governo Temer ilegítimo e profundamente impopular, com suas reformas antissociais, sua genética vocação entreguista. Nesse caos é fundamental construir uma alternativa política ampla, democrática e patriótica que possibilite reencontrar os rumos do País.
Tropas nazistas alemãs marcham sobre Paris e franceses choram humilhados
A crise brasileira vai atingindo tal estágio que já ameaça o seu futuro como nação soberana. Até porque as fraturas econômicas, geopolíticas e institucionais são visíveis a olho nu, enquanto forças políticas resolvem tratá-las como elementos conjunturais, adotando táticas exclusivistas, só convenientes aos seus projetos eleitorais em 2018.
Essas rupturas estão abalando o tecido institucional, ao ponto de levar de roldão o País, na ausência de qualquer perspectiva, como uma nau desgovernada sem tripulação.
A História nos ensina sempre, através de inúmeros exemplos, que a primeira vítima, nesses casos, é o Estado de Direito democrático que já se encontra extremamente agredido.
Depois, sucede a tormenta econômica absoluta, em seguida o caos social, assim como a integridade da soberania sob ataques das grandes potências mundiais no saque das nossas riquezas naturais, além do surgimento de algum tresloucado aventureiro de ocasião.
Segmentos das grandes elites nativas guiam-se pelo espírito de Vichy, como afirmou o professor Mangabeira Unger, evocando as elites econômicas e políticas francesas na capitulação vergonhosa, criminosa, diante da Alemanha nazista durante a 2a Grande Guerra mundial.
Entregando a França de mão beijada às hordas hitleristas, salva pela indômita luta da Resistência Francesa, a altivez do general Charles De Gaulle, depois eleito presidente.
Mangabeira Unger diz que quem sempre se identificou, inveteradamente, com a nação, foi o Brasil real; ou seja, as grandes maiorias do povo trabalhador e mestiço, síntese, por aqui, do excepcional sincretismo, da rica fusão dos africanos, índios, portugueses notadamente, posteriormente incorporadas por outros imigrantes que para cá vieram, dizia Darcy Ribeiro.
O Brasil está dividido, sem norte, alento e autoestima, em consequência de uma pauta política de figuras com objetivos antinacionais, outros, movidos, exclusivamente, por agendas minoritárias. Não defendem os anseios das grandes maiorias do Brasil real, nem os interesses soberanos da nação.
Além de um governo Temer ilegítimo e profundamente impopular, com suas reformas antissociais, sua genética vocação entreguista. Nesse caos é fundamental construir uma alternativa política ampla, democrática e patriótica que possibilite reencontrar os rumos do País.
quinta-feira, 15 de junho de 2017
Os Sete Pilares
Meu novo artigo semanal:
Em um Oriente Médio conflagrado por disputas políticas, religiosas, econômicas e geopolíticas, insurgência de organizações fundamentalistas terroristas financiadas por algumas nações em função de disputas por lideranças regionais, mas manipuladas por interesses imperialistas, ressurge, como no passado colonial, a presença nefasta da diplomacia e dos serviços de inteligência britânicos.
Durante a 1a Grande Guerra mundial destacou-se como sofisticado agente do serviço secreto inglês Thomas Edward Lawrence, mais conhecido como T. E. Lawrence que ficou mundialmente famoso com o filme Lawrence da Arábia na década de 60, conduzido pelo diretor inglês David Lean, ganhador de 7 Oscars da academia de cinema de Hollywood.
Apesar do grande sucesso de crítica e público, ótima interpretação do ator britânico Peter O’Toole, o filme, um clássico do cinema, lança mais estereótipos sobre os árabes, como um povo inculto, bárbaro e desorganizado.
Ignorando toda sua contribuição na engenharia, matemática, filosofia, astronomia, arquitetura, sem a qual o mundo ocidental levaria séculos para dominar princípios de civilização avançada, cultural e tecnológica.
Que o digam os povos da península Ibérica, os espanhóis e os portugueses, estes últimos grandes desbravadores na época das imortais aventuras das Descobertas Marítimas, que equivale hoje em dia às viagens espaciais, atualmente estagnadas.
Lawrence além de membro do serviço de inteligência era um excelente arqueólogo, linguista, geógrafo, poeta, escritor, pensador. Sua missão, unir os povos árabes na guerra contra o império turco otomano, depois fragmentados pelo colonialismo britânico, que o deixou amargurado.
Da sua experiência surgiu a obra prima “Os Sete Pilares da Sabedoria” que, a exemplo do chinês Sun Tzu, serve até hoje como livro de referência filosófica, militar, política e deveria ser lido nos dias sombrios da globalização financeira, especialmente no Brasil.
Diz Lawrence: “a experiência, a vivência, sem a reflexão, corre o risco de repetir-se, incorrendo-se nos mesmos erros. A reflexão é da ordem do intelecto, o pensamento sem ação é vazio, a ação sem pensamento é vã. Sensatez exige quase a anulação da emoção e a elevação do pensamento estratégico. Já o exercício da intuição também ajuda”. E por aí vai T. E. Lawrence.
Em um Oriente Médio conflagrado por disputas políticas, religiosas, econômicas e geopolíticas, insurgência de organizações fundamentalistas terroristas financiadas por algumas nações em função de disputas por lideranças regionais, mas manipuladas por interesses imperialistas, ressurge, como no passado colonial, a presença nefasta da diplomacia e dos serviços de inteligência britânicos.
Durante a 1a Grande Guerra mundial destacou-se como sofisticado agente do serviço secreto inglês Thomas Edward Lawrence, mais conhecido como T. E. Lawrence que ficou mundialmente famoso com o filme Lawrence da Arábia na década de 60, conduzido pelo diretor inglês David Lean, ganhador de 7 Oscars da academia de cinema de Hollywood.
Apesar do grande sucesso de crítica e público, ótima interpretação do ator britânico Peter O’Toole, o filme, um clássico do cinema, lança mais estereótipos sobre os árabes, como um povo inculto, bárbaro e desorganizado.
Ignorando toda sua contribuição na engenharia, matemática, filosofia, astronomia, arquitetura, sem a qual o mundo ocidental levaria séculos para dominar princípios de civilização avançada, cultural e tecnológica.
Que o digam os povos da península Ibérica, os espanhóis e os portugueses, estes últimos grandes desbravadores na época das imortais aventuras das Descobertas Marítimas, que equivale hoje em dia às viagens espaciais, atualmente estagnadas.
Lawrence além de membro do serviço de inteligência era um excelente arqueólogo, linguista, geógrafo, poeta, escritor, pensador. Sua missão, unir os povos árabes na guerra contra o império turco otomano, depois fragmentados pelo colonialismo britânico, que o deixou amargurado.
Da sua experiência surgiu a obra prima “Os Sete Pilares da Sabedoria” que, a exemplo do chinês Sun Tzu, serve até hoje como livro de referência filosófica, militar, política e deveria ser lido nos dias sombrios da globalização financeira, especialmente no Brasil.
Diz Lawrence: “a experiência, a vivência, sem a reflexão, corre o risco de repetir-se, incorrendo-se nos mesmos erros. A reflexão é da ordem do intelecto, o pensamento sem ação é vazio, a ação sem pensamento é vã. Sensatez exige quase a anulação da emoção e a elevação do pensamento estratégico. Já o exercício da intuição também ajuda”. E por aí vai T. E. Lawrence.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Hora de grandeza
Meu novo artigo semanal:
Qualquer nação de certo porte e dimensão como o Brasil, que é a sétima economia mundial, com dimensões continentais e uma população de 210 milhões de habitantes, só pode alcançar um protagonismo baseado em amplos pactos políticos, que articulem consensos entre as maiorias da sociedade nacional.
A nação vive um doloroso processo de desorientação, com substancial perda de autoestima e identidade própria, fruto de uma crescente marcha de autoritarismo onde predominam os interesses do Mercado financeiro internacional, do rentismo parasitário.
A agenda de privatizações do patrimônio nacional e abate de históricas conquistas trabalhistas adquiridas há décadas tem sido um atestado das verdadeiras intenções de um Estado de exceção de tipo policial, cujas estratégias podem-se especular mas ainda não são de todo conhecidas.
Na História do Brasil, que é um verdadeiro milagre geopolítico, econômico e civilizacional, dadas as insistentes tentativas de desconstruí-lo, a superação dos impasses aconteceram quando forças políticas consequentes deixaram de lado, momentaneamente, a busca de vantagens políticas táticas e colocaram em primeiro plano os interesses nacionais.
Até porque na atual quadra da crise nacional inexistem saídas que contemplem uma única organização partidária, ao contrário, a criminalização da vida política leva de roldão todas as siglas para o fundo do poço, e é esse exatamente um dos objetivos daqueles alinhados à escalada autoritária em curso, sob a liderança do Mercado.
Dessa maneira, é fundamental um amplo pacto político que indique um outro rumo ao País através de um novo projeto nacional institucional e de desenvolvimento estratégico que reconfigure um novo ciclo da vida do País.
É evidente que se esgotou uma etapa da nação, inaugurada desde a promulgação da Constituição de 1988, que vem se arrastando num quadro de sucessivas crises, mostrando que a solução dos gravíssimos problemas não vão acontecer nos marcos do atual contexto da conjuntura brasileira.
Muito menos sob o predomínio das políticas econômicas do capital financeiro que hegemonizam há tempos a orientação econômica da nação, ou mesmo nas condições de um governo Temer ilegítimo e isolado da sociedade nacional. É hora de grandeza política em defesa da nação e da democracia, ameaçadas.
Qualquer nação de certo porte e dimensão como o Brasil, que é a sétima economia mundial, com dimensões continentais e uma população de 210 milhões de habitantes, só pode alcançar um protagonismo baseado em amplos pactos políticos, que articulem consensos entre as maiorias da sociedade nacional.
A nação vive um doloroso processo de desorientação, com substancial perda de autoestima e identidade própria, fruto de uma crescente marcha de autoritarismo onde predominam os interesses do Mercado financeiro internacional, do rentismo parasitário.
A agenda de privatizações do patrimônio nacional e abate de históricas conquistas trabalhistas adquiridas há décadas tem sido um atestado das verdadeiras intenções de um Estado de exceção de tipo policial, cujas estratégias podem-se especular mas ainda não são de todo conhecidas.
Na História do Brasil, que é um verdadeiro milagre geopolítico, econômico e civilizacional, dadas as insistentes tentativas de desconstruí-lo, a superação dos impasses aconteceram quando forças políticas consequentes deixaram de lado, momentaneamente, a busca de vantagens políticas táticas e colocaram em primeiro plano os interesses nacionais.
Até porque na atual quadra da crise nacional inexistem saídas que contemplem uma única organização partidária, ao contrário, a criminalização da vida política leva de roldão todas as siglas para o fundo do poço, e é esse exatamente um dos objetivos daqueles alinhados à escalada autoritária em curso, sob a liderança do Mercado.
Dessa maneira, é fundamental um amplo pacto político que indique um outro rumo ao País através de um novo projeto nacional institucional e de desenvolvimento estratégico que reconfigure um novo ciclo da vida do País.
É evidente que se esgotou uma etapa da nação, inaugurada desde a promulgação da Constituição de 1988, que vem se arrastando num quadro de sucessivas crises, mostrando que a solução dos gravíssimos problemas não vão acontecer nos marcos do atual contexto da conjuntura brasileira.
Muito menos sob o predomínio das políticas econômicas do capital financeiro que hegemonizam há tempos a orientação econômica da nação, ou mesmo nas condições de um governo Temer ilegítimo e isolado da sociedade nacional. É hora de grandeza política em defesa da nação e da democracia, ameaçadas.
quarta-feira, 31 de maio de 2017
Dois Brasis
Meu novo artigo semanal:
Desde 2013 vem à tona uma grave crise multilateral que vive o País, especialmente com a eclosão das grandes manifestações de rua que tomaram conta da nação, incentivadas pela grande mídia monopolista associada do Mercado financeiro global.
Mas a seríssima crise política, que cresceu e avantajou-se desde lá, reflete também os crônicos problemas estruturais que se acumulam no Brasil, quer seja no âmbito da economia e todas suas variáveis, quanto nas graves questões sociais.
Assim, sem a perspectiva, por parte das elites políticas, de um caminho que contemple um projeto de nação abrangente, tanto em relação às grandes maiorias sociais quanto à resolução dos rumos essenciais, o País, fragilizado, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, vê-se dividido, como dizia Machado de Assis, entre o Brasil oficial e o Brasil real.
O Brasil oficial compreende parcelas da população que se estendem das classes dominantes à classe média e mais alguns estratos esclarecidos, infelizmente descolados do Brasil real.
O País real é o Brasil profundo de quase 200 milhões de habitantes que, embora avaliados em pesquisas de opinião pública, continuam não sendo protagonistas das suas vidas, do seu destino político como cidadãos brasileiros, em uma nação profundamente desigual e socialmente injusta. Um dos fatores da crise atual é esse abismo entre as elites, em geral, e as verdadeiras aspirações do povo brasileiro.
Imerso em gravíssima crise econômica, à mercê dos interesses do capital financeiro internacional, do rentismo parasitário, dos objetivos das grandes potências, de um governo Temer sem qualquer legitimidade, a nação patina no limbo da desorientação pela ausência de um projeto factível que proponha rumos ao conjunto dos brasileiros.
A crise multilateral que vivemos resulta também da nova realidade geopolítica mundial, além das consequências danosas da globalização financeira que atingiu a nação em cheio em pouco mais de duas décadas, desnorteando a perspectiva dos povos, assim como o Brasil.
A crise política reflete essas enormes disfunções onde a incontornável e insubstituível luta democrática precisa ser associada a um novo projeto nacional de desenvolvimento estratégico que galvanize perspectivas e esperanças, tanto materiais como espirituais, para o povo brasileiro.
Desde 2013 vem à tona uma grave crise multilateral que vive o País, especialmente com a eclosão das grandes manifestações de rua que tomaram conta da nação, incentivadas pela grande mídia monopolista associada do Mercado financeiro global.
Mas a seríssima crise política, que cresceu e avantajou-se desde lá, reflete também os crônicos problemas estruturais que se acumulam no Brasil, quer seja no âmbito da economia e todas suas variáveis, quanto nas graves questões sociais.
Assim, sem a perspectiva, por parte das elites políticas, de um caminho que contemple um projeto de nação abrangente, tanto em relação às grandes maiorias sociais quanto à resolução dos rumos essenciais, o País, fragilizado, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, vê-se dividido, como dizia Machado de Assis, entre o Brasil oficial e o Brasil real.
O Brasil oficial compreende parcelas da população que se estendem das classes dominantes à classe média e mais alguns estratos esclarecidos, infelizmente descolados do Brasil real.
O País real é o Brasil profundo de quase 200 milhões de habitantes que, embora avaliados em pesquisas de opinião pública, continuam não sendo protagonistas das suas vidas, do seu destino político como cidadãos brasileiros, em uma nação profundamente desigual e socialmente injusta. Um dos fatores da crise atual é esse abismo entre as elites, em geral, e as verdadeiras aspirações do povo brasileiro.
Imerso em gravíssima crise econômica, à mercê dos interesses do capital financeiro internacional, do rentismo parasitário, dos objetivos das grandes potências, de um governo Temer sem qualquer legitimidade, a nação patina no limbo da desorientação pela ausência de um projeto factível que proponha rumos ao conjunto dos brasileiros.
A crise multilateral que vivemos resulta também da nova realidade geopolítica mundial, além das consequências danosas da globalização financeira que atingiu a nação em cheio em pouco mais de duas décadas, desnorteando a perspectiva dos povos, assim como o Brasil.
A crise política reflete essas enormes disfunções onde a incontornável e insubstituível luta democrática precisa ser associada a um novo projeto nacional de desenvolvimento estratégico que galvanize perspectivas e esperanças, tanto materiais como espirituais, para o povo brasileiro.
quarta-feira, 24 de maio de 2017
O triunfo da emoção
Meu novo artigo semanal:
A crise brasileira já atingiu as raias do paroxismo. Ela não foi deflagrada agora, veio à tona em 2013 com as manifestações de rua, como tempestades de ansiedades difusas cobertas ao vivo por essa grande mídia global hegemônica que dá o tom da atual aventura autoritária.
E que foram denunciadas depois pelo ex-agente da NSA, serviço de espionagem dos EUA, Edward Snowden, como uma edição tupiniquim das “primaveras árabes” que desestabilizaram nações na região pautadas por interesses norte-americanos.
Mas quem se encontra por trás de todos os fatos desencadeados é um consórcio, que envolve além das estratégias hegemônicas dos EUA no Brasil, o monopólio midiático global.
A grande mídia, arquiteta das interpretações escatológicas da vida brasileira, ligada aos interesses do rentismo, associou-se a corporações que cresceram nos últimos anos graças à prática dum tipo de um falso republicanismo onde prevalece o esquartejamento do Estado, que se sobrepõe aos interesses estratégicos da nação.
E motivações explícitas vendem a ideia através do monopólio midiático, que o mal do País é a democracia, via campanha sistemática, de lavagem cerebral e fulminante contra a política.
Assim a democracia parlamentar, e todos os partidos, sem exceção, seriam o tumor maligno do País. Para isso contam com o concurso das forças retrógradas e grupos ultristas de vários matizes que soprados pela grande mídia dão o tom nas redes sociais.
É a tempestade perfeita: a atividade política seria então uma universidade de criminosos a ser extirpada da vida social, substituída pelo Mercado rentista, consórcios aliados e, no poder, um “insuspeito apolítico”.
A nação movida a surtos psicóticos de ódio é refém da máxima de propaganda explicitada no filme da cineasta Leni Riefenstahl, predileta do nazismo hitlerista, O Triunfo da Vontade: “a emoção deve se sobrepor à razão”.
Urge o esforço de amplas forças políticas num pacto que defenda o que ainda resta do Estado de Direito além da luta em defesa dos interesses nacionais, da soberania do País, solapados à luz do dia.
Com a nação à deriva impõem-se soluções democráticas e patrióticas, sem aventureirismos particularistas. O Brasil está à beira do precipício. Ou será o primado da vida democrática ou o triunfo fascista da emoção sobre a lucidez da razão.
A crise brasileira já atingiu as raias do paroxismo. Ela não foi deflagrada agora, veio à tona em 2013 com as manifestações de rua, como tempestades de ansiedades difusas cobertas ao vivo por essa grande mídia global hegemônica que dá o tom da atual aventura autoritária.
E que foram denunciadas depois pelo ex-agente da NSA, serviço de espionagem dos EUA, Edward Snowden, como uma edição tupiniquim das “primaveras árabes” que desestabilizaram nações na região pautadas por interesses norte-americanos.
Mas quem se encontra por trás de todos os fatos desencadeados é um consórcio, que envolve além das estratégias hegemônicas dos EUA no Brasil, o monopólio midiático global.
A grande mídia, arquiteta das interpretações escatológicas da vida brasileira, ligada aos interesses do rentismo, associou-se a corporações que cresceram nos últimos anos graças à prática dum tipo de um falso republicanismo onde prevalece o esquartejamento do Estado, que se sobrepõe aos interesses estratégicos da nação.
E motivações explícitas vendem a ideia através do monopólio midiático, que o mal do País é a democracia, via campanha sistemática, de lavagem cerebral e fulminante contra a política.
Assim a democracia parlamentar, e todos os partidos, sem exceção, seriam o tumor maligno do País. Para isso contam com o concurso das forças retrógradas e grupos ultristas de vários matizes que soprados pela grande mídia dão o tom nas redes sociais.
É a tempestade perfeita: a atividade política seria então uma universidade de criminosos a ser extirpada da vida social, substituída pelo Mercado rentista, consórcios aliados e, no poder, um “insuspeito apolítico”.
A nação movida a surtos psicóticos de ódio é refém da máxima de propaganda explicitada no filme da cineasta Leni Riefenstahl, predileta do nazismo hitlerista, O Triunfo da Vontade: “a emoção deve se sobrepor à razão”.
Urge o esforço de amplas forças políticas num pacto que defenda o que ainda resta do Estado de Direito além da luta em defesa dos interesses nacionais, da soberania do País, solapados à luz do dia.
Com a nação à deriva impõem-se soluções democráticas e patrióticas, sem aventureirismos particularistas. O Brasil está à beira do precipício. Ou será o primado da vida democrática ou o triunfo fascista da emoção sobre a lucidez da razão.
quarta-feira, 17 de maio de 2017
O retorno à demência
Meu novo artigo semanal:
Mudaram as formas de comunicação através da revolução tecnológica mas, paradoxalmente, regredimos aos parâmetros políticos, sociais, institucionais, de décadas atrás. Na aparência a civilização atingiu novos patamares, mais sofisticados e civilizados. Mas só nas aparências.
O capital financeiro mundial passou a ditar como nunca os destinos dos povos e das nações.
A Europa encontra-se em grave crise onde é abundante a desorientação geral, o recurso à violência, o desemprego, a perda das Históricas conquistas trabalhistas dos cidadãos. Por lá continuam as vagas intermináveis de refugiados, vítimas da destruição de seus Países por meio das guerras, que não são provocadas por eles, mas fruto de intervenções das grandes potências em busca de riquezas naturais, que lhes pertencem, em seus territórios.
O terrorismo que assola a Europa é consequência de uma gama de fatores malignos e não por geração espontânea, brotada do nada ou como pretendem alguns: um choque de civilizações distintas.
A desertificação de Países, alguns de cultura milenar, em consequência dos saques de riquezas naturais ou motivos geomilitares estratégicos, explica a tragédia europeia e dos povos do Oriente Médio. O Papa Francisco tem sido uma voz lúcida na denúncia dessa diáspora criminosa.
Tudo isso em parceria com a grande mídia que já não é mais informativa, mesmo que parcial, é um verdadeiro condutor de propaganda do capital rentista e da desinformação dos povos.
A desorientação tem sido, quase, geral, onde forças políticas procuram algum sentido no caos, tal qual o demente Nero fazendo poesia com o incêndio de Roma por ele provocado.
Aqui, as coisas não são diferentes com o ilegítimo, interino presidente Michel Temer, que lembra o ator de filmes de terror Boris Karloff, com seus gestos manuais desconexos e a única coisa que o segura no poder: promover as reformas antinacionais, antipopulares, ao gosto da grande mídia, do Mercado financeiro.
Enquanto essa grande mídia impõe a agenda pós-moderna, corporativa, macarthista, politicamente correta, da pós-verdade, o brasileiro tem seus direitos elementares ameaçados, o País subtraído no papel de grande nação solidária no cenário internacional. Urge um projeto nacional, que una as grandes maiorias, e um novo rumo de desenvolvimento para o Brasil.
Mudaram as formas de comunicação através da revolução tecnológica mas, paradoxalmente, regredimos aos parâmetros políticos, sociais, institucionais, de décadas atrás. Na aparência a civilização atingiu novos patamares, mais sofisticados e civilizados. Mas só nas aparências.
O capital financeiro mundial passou a ditar como nunca os destinos dos povos e das nações.
A Europa encontra-se em grave crise onde é abundante a desorientação geral, o recurso à violência, o desemprego, a perda das Históricas conquistas trabalhistas dos cidadãos. Por lá continuam as vagas intermináveis de refugiados, vítimas da destruição de seus Países por meio das guerras, que não são provocadas por eles, mas fruto de intervenções das grandes potências em busca de riquezas naturais, que lhes pertencem, em seus territórios.
O terrorismo que assola a Europa é consequência de uma gama de fatores malignos e não por geração espontânea, brotada do nada ou como pretendem alguns: um choque de civilizações distintas.
A desertificação de Países, alguns de cultura milenar, em consequência dos saques de riquezas naturais ou motivos geomilitares estratégicos, explica a tragédia europeia e dos povos do Oriente Médio. O Papa Francisco tem sido uma voz lúcida na denúncia dessa diáspora criminosa.
Tudo isso em parceria com a grande mídia que já não é mais informativa, mesmo que parcial, é um verdadeiro condutor de propaganda do capital rentista e da desinformação dos povos.
A desorientação tem sido, quase, geral, onde forças políticas procuram algum sentido no caos, tal qual o demente Nero fazendo poesia com o incêndio de Roma por ele provocado.
Aqui, as coisas não são diferentes com o ilegítimo, interino presidente Michel Temer, que lembra o ator de filmes de terror Boris Karloff, com seus gestos manuais desconexos e a única coisa que o segura no poder: promover as reformas antinacionais, antipopulares, ao gosto da grande mídia, do Mercado financeiro.
Enquanto essa grande mídia impõe a agenda pós-moderna, corporativa, macarthista, politicamente correta, da pós-verdade, o brasileiro tem seus direitos elementares ameaçados, o País subtraído no papel de grande nação solidária no cenário internacional. Urge um projeto nacional, que una as grandes maiorias, e um novo rumo de desenvolvimento para o Brasil.
quinta-feira, 11 de maio de 2017
O grande órfão
Meu novo artigo semanal:
Rejeitado por 96% da população brasileira, o ilegítimo presidente interino Michel Temer continua na senda da sua única função, aprovar as reformas antinacionais e antipopulares no País.
O seu governo desastrado possui a condescendência e cumplicidade da grande mídia hegemônica nativa, uma das principais promotoras do Estado de Exceção que vivemos.
De tal maneira que desde algum tempo o Brasil é um País absolutamente à deriva, sem norte, sul, leste ou oeste.
Sem dúvida, essa é uma das maiores, senão a maior, crise política e institucional da nossa História. Que acontece no momento em que a nação alcançou o protagonismo como 7a economia mundial. Mas nada é por acaso.
Desde 2013 o País tem sido vítima de tempestades difusas, onde as redes sociais são usadas, a exemplo das famosas primaveras árabes, para a desestabilização do tecido social, fartamente denunciadas por Edward Snowden, ex-agente dos serviços de inteligência dos EUA.
O Brasil tem sido alvo preferencial do capital financeiro que compõe a chamada Governança Mundial, com as chamadas reformas previdenciária e trabalhista, quanto ao desmonte do parque industrial, agrícola, além das indústrias estratégicas de Defesa nacional.
Entre os objetivos do Mercado financeiro, das grandes potências, está a tentativa de impedir que a nação brasileira continue a ser um dos grandes protagonistas na emergência da nova ordem mundial multipolar.
Nesse sentido, tudo transformou-se em instrumento de desestabilização de qualquer forma de projeto nacional, com as instituições da República absolutamente sem rumo, numa visão corporativa das suas funções, destituídas assim de um caminho nacional.
Envolvida em uma discussão dicotômica, a política brasileira vê-se envolta num labirinto kafkaniano, em um processo propositalmente atabalhoado, onde não existe o sentido da identidade nacional que possibilite a união das grandes maiorias em torno de um projeto de desenvolvimento democrático estratégico do País.
Esse desnorteamento, a ausência de caminhos, é que faz com que o Brasil seja, por enquanto, o grande órfão global. Cabe aos segmentos progressistas, democráticos e patrióticos a reversão dessa desorientação proposital, no sentido de retomar o sentido Histórico de nação desenvolvida e solidária, que é o seu destino de grande País.
Rejeitado por 96% da população brasileira, o ilegítimo presidente interino Michel Temer continua na senda da sua única função, aprovar as reformas antinacionais e antipopulares no País.
O seu governo desastrado possui a condescendência e cumplicidade da grande mídia hegemônica nativa, uma das principais promotoras do Estado de Exceção que vivemos.
De tal maneira que desde algum tempo o Brasil é um País absolutamente à deriva, sem norte, sul, leste ou oeste.
Sem dúvida, essa é uma das maiores, senão a maior, crise política e institucional da nossa História. Que acontece no momento em que a nação alcançou o protagonismo como 7a economia mundial. Mas nada é por acaso.
Desde 2013 o País tem sido vítima de tempestades difusas, onde as redes sociais são usadas, a exemplo das famosas primaveras árabes, para a desestabilização do tecido social, fartamente denunciadas por Edward Snowden, ex-agente dos serviços de inteligência dos EUA.
O Brasil tem sido alvo preferencial do capital financeiro que compõe a chamada Governança Mundial, com as chamadas reformas previdenciária e trabalhista, quanto ao desmonte do parque industrial, agrícola, além das indústrias estratégicas de Defesa nacional.
Entre os objetivos do Mercado financeiro, das grandes potências, está a tentativa de impedir que a nação brasileira continue a ser um dos grandes protagonistas na emergência da nova ordem mundial multipolar.
Nesse sentido, tudo transformou-se em instrumento de desestabilização de qualquer forma de projeto nacional, com as instituições da República absolutamente sem rumo, numa visão corporativa das suas funções, destituídas assim de um caminho nacional.
Envolvida em uma discussão dicotômica, a política brasileira vê-se envolta num labirinto kafkaniano, em um processo propositalmente atabalhoado, onde não existe o sentido da identidade nacional que possibilite a união das grandes maiorias em torno de um projeto de desenvolvimento democrático estratégico do País.
Esse desnorteamento, a ausência de caminhos, é que faz com que o Brasil seja, por enquanto, o grande órfão global. Cabe aos segmentos progressistas, democráticos e patrióticos a reversão dessa desorientação proposital, no sentido de retomar o sentido Histórico de nação desenvolvida e solidária, que é o seu destino de grande País.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
A crise nacional
Meu novo artigo semanal:
A atual crise nacional possui múltiplas faces, política, econômica, social, institucional. Mas em todos esses aspectos encontra-se presente um elemento importante: a ausência de perspectivas em relação ao quadro em que nos encontramos.
A gravidade do cenário brasileiro combina elementos conjunturais e outros de natureza estrutural, indicando que um determinado ciclo está chegando ao fim, ou já se esgotou completamente.
Qualquer tentativa de saída desse imbróglio e que não tenha como pressuposto a centralidade dos interesses nacionais, ou está fadada ao fracasso ou, então, é o aprofundamento da política de subalternidade econômica, diplomática, geopolítica que nos foi imposta.
O ilegítimo governo de Temer, um dos mais impopulares de toda a História do País, com 96% de rejeição segundo vários institutos de pesquisa, é sabido por todos nunca foi em momento algum protagonista de coisa alguma, trata-se de figura menor, bizarra, de um golpe orquestrado contra a democracia, os interesses nacionais e os Históricos direitos dos assalariados brasileiros.
Seu único papel é conduzir as reformas antinacionais e antissociais como a Trabalhista, a da Previdência e outras iniciativas de caráter entreguista do patrimônio nacional como a Petrobrás etc.
Trata-se de governo servil aos ditames do Mercado financeiro, acumpliciado e ao mesmo tempo refém da grande mídia hegemônica nativa. Esta sim, uma articuladora de peso no golpe em curso no País como de resto tem sido a sua trajetória ao longo de décadas na vida política nacional.
Esse contexto golpista de retrocessos democráticos, econômicos e sociais dá-se em meio ao aprofundamento de uma crise financeira internacional e no País provocando a recessão e o desemprego em níveis já escancarados.
O golpe só poderia ter acontecido num cenário de profunda instabilidade dos fundamentos econômicos, sem o que seria impossível plantar uma crise política de tal magnitude no Brasil.
É vital a constituição, através da política, de ampla frente democrática, patriótica de reconstrução nacional. É de Albert Einstein a opinião: nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou. Para encontrar novas respostas é necessário aprender a ver o mundo de uma maneira nova. Assim é fundamental encontrar outro rumo para o País.
A atual crise nacional possui múltiplas faces, política, econômica, social, institucional. Mas em todos esses aspectos encontra-se presente um elemento importante: a ausência de perspectivas em relação ao quadro em que nos encontramos.
A gravidade do cenário brasileiro combina elementos conjunturais e outros de natureza estrutural, indicando que um determinado ciclo está chegando ao fim, ou já se esgotou completamente.
Qualquer tentativa de saída desse imbróglio e que não tenha como pressuposto a centralidade dos interesses nacionais, ou está fadada ao fracasso ou, então, é o aprofundamento da política de subalternidade econômica, diplomática, geopolítica que nos foi imposta.
O ilegítimo governo de Temer, um dos mais impopulares de toda a História do País, com 96% de rejeição segundo vários institutos de pesquisa, é sabido por todos nunca foi em momento algum protagonista de coisa alguma, trata-se de figura menor, bizarra, de um golpe orquestrado contra a democracia, os interesses nacionais e os Históricos direitos dos assalariados brasileiros.
Seu único papel é conduzir as reformas antinacionais e antissociais como a Trabalhista, a da Previdência e outras iniciativas de caráter entreguista do patrimônio nacional como a Petrobrás etc.
Trata-se de governo servil aos ditames do Mercado financeiro, acumpliciado e ao mesmo tempo refém da grande mídia hegemônica nativa. Esta sim, uma articuladora de peso no golpe em curso no País como de resto tem sido a sua trajetória ao longo de décadas na vida política nacional.
Esse contexto golpista de retrocessos democráticos, econômicos e sociais dá-se em meio ao aprofundamento de uma crise financeira internacional e no País provocando a recessão e o desemprego em níveis já escancarados.
O golpe só poderia ter acontecido num cenário de profunda instabilidade dos fundamentos econômicos, sem o que seria impossível plantar uma crise política de tal magnitude no Brasil.
É vital a constituição, através da política, de ampla frente democrática, patriótica de reconstrução nacional. É de Albert Einstein a opinião: nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou. Para encontrar novas respostas é necessário aprender a ver o mundo de uma maneira nova. Assim é fundamental encontrar outro rumo para o País.
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