quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Projeto de nação

Meu novo artigo semanal:


Desde o tempo do império há no Brasil, em meio a um caleidoscópio de correntes políticas, duas visões antagônicas sobre como se conduzir a um rumo de superação dos atrasos da sociedade brasileira: uma delas baseia-se no Estado como instrumento e indutor de um projeto de desenvolvimento do País, para reverter nossas distâncias junto à comunidade das nações mais ricas.

A outra visão lastreia-se exatamente no seu oposto: o Estado seria o adversário que sufoca a sociedade civil, o promotor da corrupção nativa, mentor do autoritarismo, que impede o pleno crescimento dos setores do empresariado, da indústria, comércio ou agricultura etc.

Nessa segunda linha de pensamento encontram-se hoje os representantes da fina flor do novo liberalismo brasileiro que rejeitam vigorosamente qualquer projeto de desenvolvimento do País, negam o protagonismo da política como motor da participação dos trabalhadores, e da sociedade em geral, nos rumos da nação.

Para esses a própria sociedade civil é um conceito excludente das grandes maiorias sociais, que a reduz a extratos “designados” das elites, das corporações profissionais, sempre associadas à grande mídia hegemônica que já não informa, mesmo a informação parcial, promove um discurso retrógrado, reacionário, antinacional.

Essa grande mídia, associada à Nova Ordem mundial, advoga abertamente a subordinação do Brasil ao status quo das suas atuais vicissitudes estruturais na economia, no estancamento, ou mesmo regressão do processo de uma industrialização competitiva a nível internacional, do investimento pesado em infraestrutura etc.

Assim como a privatização de setores estratégicos essenciais ao alavancamento do desenvolvimento, perda de conquistas trabalhistas históricas arduamente adquiridas ao longo dos tempos. Para tanto priorizam criminalizar gravemente a própria atividade política em si, restringindo-a ao mínimo possível para mantê-la sob estrito controle.

O Brasil que emergiu recentemente das urnas, já no primeiro turno, expõe todo esse objetivo danoso. Mas aponta igualmente para a necessidade de amplos setores da sociedade promoverem na atividade política uma nova espécie de Estadismo que reúna as grandes maiorias em torno de um caminho de desenvolvimento estratégico, soberano, das conquistas sociais, um projeto de nação.

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