quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Paraíso rentista

Meu novo artigo semanal:


Alguém já disse, não me lembro do autor, que a direita, a direita mesmo convicta e xenófoba, é e sempre foi minoritária no Brasil. Que só cresce quando uma conjunção de fatores lhe é extremamente favorável aos movimentos conspiratórios que é uma característica dela em nossa História política republicana.

É só ver o exemplo de Carlos Lacerda, um dos maiores articuladores de golpes do País. Procurou derrubar Getúlio Vargas diuturnamente, assim como Juscelino, João Goulart, Brizola etc.

Lacerda tinha um eleitorado cativo, seguidores fiéis, quase fanáticos, mas restrito, nunca conseguiu sequer lançar-se candidato à presidência da República. Terminou sua carreira política cassado junto com, ironia do destino, aqueles que ajudou a perseguir implacavelmente.

Já se disse também que aquele que não procura conhecer os fatos históricos está condenado a repeti-los, principalmente hoje em que a apologia da ideia do “presente contínuo”, propagado através da hegemonia do discurso ideológico da Nova Ordem mundial, passou a ser uma “verdade” conceitual imposta às novas gerações.

O tremendo retrocesso que atinge multilateralmente o Brasil vem sendo conduzido através de algumas forças que podemos afirmar como vanguardas do atraso, ou melhor, vanguardas do Mercado financeiro global, que procura avançar contra o País como um furacão de categoria máxima.

A ofensiva do Mercado financeiro não é recente, vem de décadas. Sempre buscou constituir uma espécie de ditadura do pensamento único seja na política, na cultura, em um arcabouço ideológico maciço.

Para que pudesse atingir tamanha força tem sido decisivo o papel da mídia monopolista nativa, absolutamente associada ao capital financeiro, porta voz dos seus interesses econômicos e políticos.

A ofensiva especulativa assoma na PEC 241 da paralisia nos investimentos públicos. Como disse André Araújo: o que interessa ao Brasil é o investimento produtivo para gerar novos empregos, oportunidades, negócios e não aquele puramente financeiro onde o investidor toma dólar a 1% ao ano em Nova York e aplica aqui a juros reais de 7% ao ano em títulos da dívida pública.

O ajuste fiscal vai produzir mais recessão, menos renda, e o paraíso do rentismo especulativo no País. O rumo do Brasil é outro. É o do desenvolvimento soberano, da justiça social.

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