quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A encruzilhada

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


Só há sentido na existência do Estado se existe a comunidade nacional. A sociedade brasileira, como as demais, é formada pelo seu contínuo histórico, suas permanências e renovações.

O desenvolvimento das nações não é linear, acontece por meio de contradições algumas antagônicas, outras secundárias.

Sempre, ao longo do processo de construção nacional, desenvolve-se uma permanente luta entre forças conservadoras do status quo versus as grandes maiorias que pelejam pelas grandes transformações.

Essas anseiam pelo desenvolvimento econômico, a distribuição justa da renda nacional, o investimento maciço em infraestrutura, a geração de empregos, salários dignos, uma estrutura de saúde pública eficiente para a sociedade.

Mesmo que todas essas premissas estejam presentes, elas seriam incompletas se for ausente ou precário o investimento estratégico em educação. Desde um excelente ensino básico às universidades públicas de qualidade, que garantam o acesso das maiorias à cultura, ao conhecimento, ao mercado de trabalho em condições justas na disputa por um lugar ao sol.

Qualquer discurso hoje sobre a sociedade brasileira baseada nos critérios do mérito, a “meritocracia”, é falso porque, salvo exceções, só camadas das elites, e alguns setores médios, têm condições de disputar com êxito um espaço no arco das profissões, acesso a funções bem remuneradas via concurso público, porque a realidade age como um estreito funil para as maiorias.

O Brasil avançou na luta contra as desigualdades sociais, a miséria diminuiu substancialmente, as condições de vida melhoraram muito, mas a necessidade de grandes saltos continua urgente para que a nação supere a realidade de um País elitista e socialmente apartado.

O que a grande mídia hegemônica golpista, o “Mercado” rentista, as elites que detêm 1% da riqueza nacional mais temem é esse salto estratégico que, pasmem, são, na verdade, reformas no âmbito de País capitalista para alcançar índices de nação desenvolvida. O que mostra o nível das forças retrógradas no País.

O Brasil, que não está condenado à eterna condição de emergente, vive numa encruzilhada: ou avança rumo ao desenvolvimento soberano, industrializado, com justiça social, ou vê passar a chance de, em meio à crise global, alcançar novos patamares entre a comunidade das nações.

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