sábado, 10 de outubro de 2015

Aldo Rebelo toma posse no Ministério da Defesa


O novo ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB), recebeu nesta quinta-feira (8) o cargo das mãos de Jaques Wagner e, em cerimônia no Clube Naval, em Brasília, citou a “crise de valores” que atinge o país e pediu respeito à disciplina e a hierarquia.

“O Brasil e o mundo se deparam hoje, e todos nós percebemos isso, com uma crise de valores, a exacerbação do individualismo da sociedade de consumo e o desconhecimento da autoridade, da disciplina e da hierarquia”, disse o ministro.
“Quando o mundo marcha em extremismos de individualismo, a sociedade precisa procurar e recuperar os valores mais profundos da sua construção. Não se constrói uma sociedade sem disciplina, hierarquia, sem solidariedade e sem o espírito de camaradagem, comum nas instituições militares”, acrescentou Aldo nesta quinta.
Em um dos trechos de seu discurso, Aldo afirmou aos comandantes e representantes das Forças Armadas que Marinha, Exército e Aeronáutica precisam responder aos “desafios geopolíticos” e, ao defender a hierarquia e a disciplina, disse que isso não pode significar a “negação” da democracia.
“A sociedade precisa de coesão, disciplina e hierarquia. Precisa ser forte, sem que isso signifique a negação da democracia, das disputas naturais entre os partidos, entre grupos políticos. Essas disputas não podem sufocar o interesse nacional”, declarou.
Ao dirigir-se aos presentes, o novo ministro da Defesa disse que as Forças Armadas precisam preservar os valores democráticos e, pediu às Forças Armadas a “preservação das instituições”.
“O que nós precisamos é que o Brasil tenha Forças Armadas que tenham esses valores [democráticos], mas é necessário que as Forças Armadas pertençam ao país e também preservem esses valores nas demais instituições. Este é o nosso desafio”, completou.
Na cerimônia de passagem de cargo do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo prometeu apoiar “cada uma das agendas estratégicas das Forças”. 

Rebelo citou nominalmente projetos como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha; o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército; e o FX-2 para aquisição dos caças Gripen da Aeronáutica, ressaltando a importância deles para o fortalecimento da soberania brasileira. E completou: “Desejo assumir, também, alguns compromissos, como a valorização institucional da agenda da Defesa, no sentido de buscar, na sua dimensão civil e militar, a legitimação e a legitimidade junto ao Poder Executivo, Legislativo e à sociedade”.
Em solenidade concorrida, Aldo Rebelo enalteceu a história de fundação das Forças Armadas e fez questão de elencar algumas conquistas das três instituições. No caso da Marinha, destacou a Batalha do Riachuelo. “Ali, ao vencer a Armada Paraguaia, o Brasil e a Força Naval abriram caminho para o progresso das forças terrestres”, disse. Prometeu, ainda, atualizar o Projeto Nacional de Domínio do Ciclo Nuclear, além de “lutar para preservar a capacidade operacional da nossa Esquadra”.
Já para o Exército, ressaltou que a Força nasceu nos idos do nacionalismo do País. Citou o “Exército da luta pela independência, que nos deu essa heroína única de convicções e de bravura, Maria Quitéria. O Exército de Duque de Caxias e da consolidação da República”. De acordo com o ministro, não era preciso fazer mais referências “a esta instituição para atualizar a memória da sua importância e dos seus compromissos com o Brasil”.
Por fim, sobre “a mais jovem das Forças”, a Aeronáutica, lembrou que aviadores brasileiros “deixaram nos céus da Europa o tributo de sangue para que o mundo vivesse em liberdade”. “À Força Aérea, nós devemos o Correio Aéreo Nacional, que era muito mais que correio. Era a instituição integradora de um País sem logística, separado pelas distâncias”, lembrou. 
Também na cerimônia, o ministro Aldo Rebelo comprometeu-se a trabalhar para que uma parte dos recursos oriundos do fundo social do pré-sal (dos 50% restantes ainda não regulamentados) seja destinada para as Forças Armadas. À frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rebelo negociou com o governo federal para que o sistema de ciência e pesquisa recebesse parte desses recursos. “Vou propor que as Forças Armadas também tenham uma participação”, acrescentou.
Rebelo deixou claro que está ciente do tamanho da responsabilidade em chefiar a pasta. “É uma alegria poder encontrar um Ministério da Defesa com agenda compatível com os interesses do Brasil e com o fortalecimento desta instituição. Sei do que pesa sobre meus ombros ao conduzir os destinos, ao liderar a perspectiva e o futuro dos seus servidores civis e suas instituições militares”, salientou.
O ministro finalizou seu primeiro discurso como Ministro da Defesa enaltecendo o trabalho da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. “O Brasil precisa de Forças Armadas que correspondam aos desafios geopolíticos. Precisa ter Forças compatíveis com o seu tamanho.”

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