Há em várias partes do mundo uma confluência de situações
que revelam um agravamento dos pactos políticos, institucionais e sociais com
claros indicadores de séria inclinação a soluções fascistas, ou melhor, de um
fascismo adaptado aos interesses do Mercado, do capital rentista mundial.
Na Europa, por exemplo, a situação desastrosa impingida à
Grécia pelo capital financeiro, especialmente liderado pelos conglomerados do
Mercado, industriais alemães, transborda as fronteiras do bravo povo heleno,
sacode as estruturas erguidas sobre a construção da chamada comunidade
europeia, do Mercado Comum Europeu.
Algum tempo atrás, certos movimentos sociais, dirigidos, monitorados
pela CIA e outras organizações de inteligência das grandes potências
dominantes, ensejaram manifestações como se
fossem tempestades de ansiedades difusas no mundo árabe.
A associação do poder do capital financeiro com a grande
oligarquia midiática, amparada pela coerção armada imperial, gestou após duas
ou três décadas de domínio global absoluto, um tremendo vazio de horizontes
para as sociedades, a hegemonia do ideário neoliberal cujas consequências estão
à vista de todos.
A tão decantada, pela grande mídia, Primavera Árabe,
transformou-se em curto tempo em uma brutal tragédia que atingiu os povos do
Oriente Médio e da África, lavada em sangue cujos respingos chegam às costas da
Europa, desembarcando nas águas da Itália e outros mares.
A crise estrutural capitalista iniciada em 2008 atingiu
primeiramente os Países ditos desenvolvidos, jogada depois às nações
emergentes. Mas o alvo geopolítico são os países que compõem os BRICS, grandes
oponentes à Nova Ordem Mundial já caduca.
Assim o que vai tomando forma gradualmente são as maneiras
que essa ordem esgotada articula para manter a ferro e fogo o status quo
trágico. A crise profunda em que o Brasil vê-se mergulhado contém os germes do
fascismo, instrumento sempre usado pelo grande capital financeiro quando os
seus interesses estão em jogo.
O que se encontra sob ameaça é a legalidade democrática, o
pacto constitucional, a soberania nacional, a edificação das bases produtivas
do país, esgarçadas quase ao limite.
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