Usurpando o conceito utilizado pelo filólogo, escritor
italiano de O Nome da Rosa, Umberto Eco, o que estamos presenciando, há décadas
e intensificado nos últimos anos, na grande mídia oligárquica, é uma cultura
monstruosa.
A linha de tergiversação da realidade, campanha dirigida
contra a legalidade constitucional em nome da informação, é óbvia.
Cuja intensidade, associada à cobertura de fatos bizarros,
além de famosidades tomando sorvete na rua, ou andando no calçadão, tanto como
a tietagem de um cosmopolitismo subalterno demonstra muito bem os propósitos e
a quem ela está subordinada.
Quando se declarou que: “no referente à nossa situação
externa, se muito ainda nos resta combater, não é para evitar a derrota, mas
para conseguir a vitória completa, obter
efetivamente a reestruturação do mundo em bases mais humanas e justas...
Com respeito à soberania de todas as nações, grandes ou
pequenas, (...) cada povo poderá organizar-se segundo a própria vontade
expressa pelos meios adequados à sua tradição histórica e aos imperativos de
sua existência autônoma” não foi um manifesto assinado pelos BRICS mas o
discurso de Getúlio Vargas na defesa do País em 1944 por uma ordem
internacional democrática em plena 2a Guerra Mundial.
Surgiram depois avanços na vida das nações mas também momentos
gravíssimos, tremendo retrocesso desde o final da década de 80 quando se impôs
a hegemonia neoliberal, a liderança unipolar pela via das armas e o capital
rentista como força motriz dessa Nova Ordem mundial.
À mídia oligárquica coube o papel de fomentar o discurso ideológico de um
monumental processo civilizacional regressivo ao gosto da banca especulativa
global.
Quem desdenha da análise da História contemporânea, deve
estar surpreso(a) com a onda saudosista fascista, a vertigem golpista “de tipo
suave, importada” em curso na América Latina, especialmente no País.
Vivemos um período dramático, de sabotagem à transição a
outra realidade global multipolar em que o Brasil é protagonista.
A desabrida conspiração contra a democracia, o legítimo
mandato da presidente da República, é parte dessa onda. Cabe-nos defender a Constituição
ameaçada, a formação de ampla frente democrática, patriótica, em defesa do
progresso econômico e social do País, e combater o fascismo pós-moderno.
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