Tornou-se um clichê redundante, a fórmula mágica para
explicar os múltiplos fenômenos que estão ocorrendo na sociedade de maneira
cada vez mais avassaladora, rápidos e intensos: “ora, é a globalização, tudo o
que se passa no mundo nos diz respeito, e nos afeta porque estamos conectados
em uma sociedade digital”.
Criam-se então padrões globais para tudo ou qualquer coisa,
invariavelmente assimilados, dados como certos, incontestáveis, já que são
divulgados através de poderosos instrumentos midiáticos.
Uma grande mídia cuja função deixou de ser, há um bom tempo,
informar aos leitores (mesmo como uma informação parcial, de classe), passou a
determinar a linha de conduta da sociedade, a direção do que é verdadeiro,
mesmo que falso, e o que é tido como politicamente incorreto.
O papel crescente da grande mídia oligárquica pode ser
medido na dimensão com que ela passou a substituir, inclusive, organizações
partidárias, aquelas de caráter retrógrado do liberalismo, recauchutado como
neoliberalismo.
A face da ortodoxia econômica é a mais sentida visto que ela
produz efeitos catastróficos entre as nações. A crise estrutural capitalista de
2008 tem se revelado um terremoto econômico, social comparável à bancarrota de
1929.
O processo de globalização é irreversível em várias direções
como a velocidade das transações comerciais, financeiras, comunicações,
cibernética, advindas de revolução tecnológica.
Mas a verdade é que movida por tecnologias inovadoras tem
sido usada em beneficio de uma ínfima minoria de biliardários que enriquecem à
velocidade da fibra ótica em detrimento da miséria crescente das maiorias
sociais.
Como se disse, “espalham-se novos costumes, novas
tecnologias com novos mimetismos, alimentam um, antes impensável, estoque de
agressividade”. Destroem-se raízes, identidades culturais, as liberdades
individuais e coletivas dos povos vão sendo destroçadas.
Portanto impõem em detrimento das grandes causas e valores
universais a divinização da mercadoria. A tentativa de fazer valer uma espécie
de anorexia ideológica ou mesmo mental.
Assim, tanto é verdade a globalização, como ela não é neutra.
Encontra-se sob o jugo do capital financeiro mundial, o imperialismo, a grande
mídia mundial. Contra esses adversários os indivíduos, as nações lutam com
justeza.
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