Apesar da grande revolução tecnológica ninguém em sã
consciência consegue admitir que vivemos uma época de prosperidade civilizacional.
Nem mesmo Cândido, o otimista personagem de Voltaire.
Ao contrário agravou-se a crise capitalista da nova ordem
mundial cuja gênese pode ser indicada na década de 80.
A tragédia financeira imposta aos povos trouxe em
consequência uma hegemonia imperialista distinta das épocas colonial e
neocolonial que ensejaram as lutas de libertação nacional, social nos anos 70
do século XX especialmente no sudeste asiático e continente africano.
A governança imperialista fez-se de forma absoluta: militar,
cultural, ideológica, financeira, midiática. Juntas constituíram uma espécie de
ditadura do pensamento único para a maximização dos objetivos do Mercado rentista
e dominação política mundial.
Mesmo com a emergência dos BRICS ainda vivemos uma fase de
resistência, transição para outra ordem multilateral. E a ferocidade do status
quo aumenta na proporção que viceja alternativa mais democrática e justa.
No entanto são cada vez mais expostas as sequelas da
política de terra arrasada do reinado neoliberal que se assemelham a pragas
espalhadas ao vento pelos continentes.
A violência urbana, social ou individual, por exemplo, deita
raiz no tipo de civilização erigida nesses tempos. Não como decorrência natural
do crescimento das cidades, aumento da população global. Trata-se de uma
falácia.
As vagas errantes de imigrantes pelos mares da Europa
resultam das intervenções imperialistas que varrem o Oriente, África, na
pilhagem dos recursos naturais escorraçando populações inteiras como párias sem
raízes, dinheiro, sem nome, sem idioma, desesperados.
A crise de 2008 aprofundou a debacle financeira inclusive
das regiões ricas, Europa, EUA, gerando desemprego, precarização de conquistas
trabalhistas, índices pífios de crescimento econômico global.
O terrorismo que assola o Oriente, Europa, vem da
desestabilização de nações como Iraque, Líbia, Síria e vastas regiões, mas
foram treinados, armados para os objetivos imperialistas.
A sociedade digital, imediatista, autocentrada, esconde em
seu interior uma crise civilizacional sem precedentes, inclusive no Brasil, que
deve ser superada com muita luta política, ideias renovadas de valor universal.
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