sábado, 20 de outubro de 2012

O avesso

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Almanaque Alagoas, no Tribuna do Agreste e no Santana Oxente:


Nunca é demais retornar ao tema sobre a desordem financeira mundial, o controle sobre a informação, o monopólio ideológico do capital globalizado através de um poderoso aparato midiático internacional, a cooptação de organismos internacionais, antes instituições razoavelmente representativas para dirimir conflitos, desavenças entre a comunidade das nações.

Mesmo com o surgimento de uma outra geopolítica mundial através de novos atores como os BRICS, Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, o que permanece determinante, por enquanto, é mesmo a velha "nova ordem mundial" substrato de um poder mundial unipolar resultante da desintegração da URSS lá pelos idos do final da década de oitenta.

O que existe é uma resistência ascendente em contraponto às condições onde ainda predomina o mando desse capital financeiro globalizado cujo braço armado encontra-se sob a chancela da máquina de guerra norte-americana e aliados satélites.

Produzindo agressões contra a autodeterminação das nações, contabilizando em poucos anos centenas de milhares de mortos, outro tanto igual de feridos, mutilados, milhões de refugiados, muitos deles vegetando em acampamentos fétidos.

Assim o neoliberalismo fecundou uma anarquia planetária, a insegurança coletiva, individual, uma espiral de violência, medo, ódio, caos, reação, barbárie, um tipo de civilização claramente regressiva.

Já as lutas históricas das sociedades pelos direitos humanos, meio ambiente, liberdades democráticas, de religião etc, são espoliadas pelo ubíquo controle ideológico do capital financeiro e EUA, usadas como pretextos às intervenções armadas, anexações territoriais.

Eles ressurgem, inescrupulosamente, como paladinos desses imprescritíveis reclamos da humanidade ao tempo que buscam destruir formas universais de lutas das organizações populares, decisivas aos combates pela soberania, emancipação social, travados sob condições trágicas em muitos Países, absolutamente incontornáveis em outros, como o Brasil.

Desejam assim inverter a equação, pondo-a de cabeça para baixo, uma espécie do avesso do que realmente pretendem, impor ao Brasil sua própria agenda política, exigindo muita lucidez das várias correntes em luta para, junto ao trato da diversidade nas questões sociais, erguer bem alto a defesa da unidade popular, fundamental em um País que ainda é muito desigual, com a soberania sob ameaças.

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