quinta-feira, 8 de março de 2012

A visão crítica de Ênio Lins

Ênio Lins na Gazeta de Alagoas:


Em 8 de março de 1857 operárias de um cotonifício em Nova York se aquartelaram no interior da fábrica durante uma greve pela redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas diárias. A direção da empresa achou mais prático acabar com aquilo de vez tocando fogo na fábrica com as grevistas dentro. E assim fizeram. Estima-se que 130 trabalhadoras tenham morrido no incêndio.
Em 1910, durante uma conferência feminista internacional, na Dinamarca, a comunista Clara Zetkin (foto) propôs que a data de 8 de março, marcada por essa tragédia americana, fosse convertida num dia mundial de luta pelos direitos da mulher. Aprovada a moção, no ano seguinte já foram registradas manifestações em alguns países. Nos anos 70 é que a data passa a ser mais amplamente comemorada no mundo ocidental, com manifestações de rua.
Entretanto, a partir dos anos 90, os eventos do 8 de março passam por certa pasteurização ideológica, migrando do rubro combativo para a cor-de-rosa angelical, com proeminência de peças publicitárias melosas,distribuição de flores, loas e prendas do tipo doméstico.

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