Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:
A violenta repressão policial contra os moradores de Pinheirinho no estado de São Paulo representa uma tendência progressiva de tratar os problemas sociais como casos de delinquência coletiva.
Esses fatos recentes se juntam a uma onda conservadora, a uma galopante inclinação reacionária que se faz cada vez mais presente no Brasil e em grande parte do mundo.
É mais uma expressão da crescente intolerância típica de uma época onde reinam o capital financeiro e o complexo midiático internacional.
Que determinam comportamentos através de uma governança mundial que exerce a sua autoridade por intermédio de vários organismos internacionais que perderam as suas funções originárias e foram gradualmente se transformando em condutos dos interesses mais baixos, grosseiros e infames do lucro global.
Essa intolerância, o ultra-individualismo mais estúpido, as manifestações de truculência contra os trabalhadores e outros segmentos populares vão atingindo proporções de fenômeno generalizado.
Uma truculência associada a uma política higienista social repressora de inspiração nazista, à xenofobia, ao terror psicossocial, ao pânico coletivo, aos direitos constitucionais dos cidadãos rasgados, às nações invadidas criminosamente.
São poucos os governos nacionais que se armam de autoridade moral para resistir politicamente contra essa marcha ao fascismo (os que o fazem são ameaçados, caluniados) e que significa agora como em outras épocas a "expressão mais exacerbada da natureza agressiva e virulenta do capital global". Mas grande parte dos governos prefere imitar o capitão do transatlântico naufragado na costa italiana.
Esse é um tempo em que se busca colonizar a mentalidade das novas gerações através de um "presente contínuo alienante" sem referências históricas, sem causas, rebeldias ou utopias realizáveis, empurradas ao mais elementar pragmatismo existencial.
Pinheirinho é parte dessa cultura do ódio contra os "povos e classes subalternas", onde se pretende um cordão sanitário contra as maiorias assalariadas, o seu cheiro e os seus hábitos de plebe rude.
Da crise atual o capital global tenta erigir uma nova aristocracia de punhos de renda, imune às "impurezas sociais". Assim, é fundamental a construção de uma frente dos trabalhadores e nações contra essa novíssima ordem mundial fascista em avançado estágio de gestação.
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