Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:
Há uma crescente indignação na Europa contra as medidas que estão sendo adotadas pelos governos em relação ao enfrentamento da crise econômica e social que grassa no velho continente.
Daí é que surgem com força movimentos contrários à perda da soberania dos Estados nacionais em detrimento do fortalecimento do Banco Central europeu sob o comando hegemônico da Alemanha e França.
Tudo isso associado ao desemprego crescente, estagnação econômica, destruição de conquistas sociais históricas, aumento da criminalidade e socorro aos bancos do setor privado através de injeções bilionárias de recursos oriundos dos cofres públicos.
Portanto o que está em curso na Europa é a prescrição do receituário neoliberal para recuperar um paciente contaminado pelo vírus do próprio neoliberalismo.
O diagnóstico é que se não houver uma tenaz e massiva resistência popular os europeus sairão dessa tormenta bem mais pobres e muito menos soberanos do que antes.
Já no Brasil tanto como na China, Rússia e Índia, as consequências dessa crise global do capitalismo também são fortes muito embora em escala e densidade bem inferiores às das nações do primeiro mundo.
Mas é mesmo de se perguntar em que intensidade ou profundidade estaria essa crise global sem o atual crescimento econômico dos BRICS.
Aliás, esta semana o Brasil foi notícia internacional ao ultrapassar o PIB da Grã Bretanha e se tornar a sexta economia mundial, o que é um fato alvissareiro mas que não esconde as grandes vicissitudes nacionais.
Porque está correto o ministro Guido Mantega ao declarar que apesar da boa nova sobre a posição internacional da nossa economia, só deveremos atingir o padrão de vida dos cidadãos do primeiro mundo em vinte anos.
Os chineses com a cultura e sabedoria milenares que lhes são próprias dizem que é melhor um crescimento desequilibrado que uma decadência persistente, o que é verdade porque uma coisa são os problemas de distribuição da riqueza crescente e a outra é a socialização da miséria que se acumula.
O povo chinês sabe muito bem dessas coisas porque sofreu humilhação e fome durante os períodos de domínio colonial e neocolonial. Quanto a nós, apesar dessa posição no pódio econômico mundial ainda lutamos de maneira lenta, gradual e sofrida contra uma sobrevivente e nociva herança neoliberal, além de uma dívida social respeitável.
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