sábado, 1 de outubro de 2011

O genial Nelson Sargento


Nelson Sargento é a memória viva do samba carioca e do morro da Mangueira, contemporâneo de Cartola, Nelson Cavaquinho e Carlos Cachaça. Durante toda a sua carreira teve seu nome ligado à escola de Samba da Mangueira. O apelido "Sargento" veio nos tempos que serviu o exército, nos anos 40. Seu maior sucesso “Agoniza Mas Não Morre", foi lançado em 1978 por Beth Carvalho e tornou-se um hino de resistência da cultura do samba carioca. Paralelamente à música, é escritor, ator e pintor primitivista – atividade que aprendeu graças à profissão de pintor de paredes, exercida por vários anos.

Nasceu na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro, no dia 25 de julho de 1924. Aos 8 anos de idade já desfilava tocando tamborim na Escola de Samba Azul e Branco do morro do Salgueiro, onde morava. Quando sua mãe, viúva, juntou-se ao marinheiro mercante Alfredo Lourenço, o Alfredo Português, ele foi morar no aglomerado de Santo Antônio, no morro da Mangueira. Tinha 12 anos de idade. Cresceu vendo os ensaios do samba e ouvindo as composições de Cartola e Nelson Cavaquinho, que lhe ensinaram a tocar o violão. Logo virou parceiro do padrasto, que era letrista respeitado no morro e passou a escrever suas poesias para o rapaz musicar. Em 1947, quando Nelson estava com 23 anos, Alfredo passou a integrar a ala de compositores da Mangueira e o enteado foi junto.

Dentre os vários sambas-enredos da verde e rosa compostos por ele em parceria com Alfredo, desde 1948, o samba Cântico à natureza, uma parceria da dupla com Jamelão, é considerado até hoje o melhor da escola em todos os tempos. Com ele a escola foi vice-campeã em 1955 com o enredo “As quatro estações do ano”.

Com o impulso de seu sucesso no Carnaval, Sargento passou a fazer parcerias com outros grandes nomes da nossa música. Além de Alfredo Português, Cartola, Jamelão e Nelson Cavaquinho, ele fez sambas com Guilherme de Brito, Ivone Lara, Nei Lopes, Jair do Cavaquinho, Darcy da Mangueira e João de Aquino.

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