Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:
Nós estamos vivendo uma época que se não se encaixa na clássica frase revolucionária “há dias que valem por anos e anos que valem por dias”, mas pelo menos esse atual período da crise financeira global guarda algum sentido mais geral com o conhecido axioma.
A História não segue fórmulas definitivas, recorrentes ou acabadas. Quem tentou assim traduzi-la ou nela interferir cometeu equívocos. Algumas pessoas apegadas às “regras tradicionais” das transformações sociais talvez não estejam devidamente atentas aos poderosos movimentos tectônicos que estão acontecendo na atualidade.
É possível constatar que eles são de grande magnitude e podem provocar uma série de transições na atual ordem mundial. Uma ordem caótica nos planos econômico, social e de inúmeras agressões militares imperialistas.
No entanto, o antigo que demonstra sinais de exaustão indica que ainda vai persistir por algum tempo, e até com uma violência redobrada, e o novo que se apresenta como irremediável, ainda não acumulou o vigor suficiente para alterar essa nociva realidade da economia e da geopolítica mundial.
Porém a doutrina econômica imposta ao planeta desde a construção do projeto neoliberal em meados da década de setenta passada chegou a um trágico ponto de “fadiga de material” que vem acumulando estragos incalculáveis à economia global além de provocar mais de duzentos milhões de desempregados no mundo.
A decorrência mais notável desse quadro é a débâcle das finanças do chamado centro da economia capitalista, em especial os Estados Unidos e as nações que compõem a Comunidade Europeia.
Em paralelo a esse cenário e mesmo assim, permanecem crescendo os Países emergentes como os BRICS, Brasil, Rússia, China, Índia e recentemente a África do Sul.
Com a desestruturação financeira das nações capitalistas centrais há um esgotamento dessa ordem, dos paradigmas ultraliberais. Daí a necessidade objetiva de uma outra realidade mundial mais democrática, pluralista e multilateral.
Essa catástrofe financeira global é de natureza política e estrutural, de uma ideia econômica fundamentalista, uma maligna hegemonia militar unipolar. Assim, esse pode ser um daqueles momentos singulares da História.
Com ousadia, serenidade e soberania plena, o Brasil pode desempenhar papel de liderança, com os demais Países emergentes, na transição a um novo contexto global na vida dos trabalhadores e na comunidade das nações.
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