sábado, 17 de setembro de 2011

16 de setembro: A Brava Gente Alagoana


Uma homenagem a esses nordestinos e brasileiros, a brava gente alagoana, nesta data em que se comemora sua emancipação política. Desde os caetés, índios vaidosos, festeiros e valentes, e passando pelos escravos que fugiram dos engenhos e ocuparam o alto da Serra da Barriga, onde se organizaram e viveram no Quilombo dos Palmares, liderados por Ganga Zumba e Zumbi.

A fertilidade da terra de Alagoas atraía muita gente. Depois da estada dos franceses que chegaram para explorar o pau-brasil e fundaram o primeiro porto, o Porto dos Franceses, aproveitado depois como único porto da região para o embarque do açúcar para Portugal, a presença dos holandeses que transformaram a capitania de Pernambuco no Brasil Holandês, especialmente Recife e Olinda, incendiaram e destruíram a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (hoje Marechal Deodoro) e tentaram fazer o mesmo em Santa Luzia do Norte, onde foram rechaçados pelos moradores, liderados por dona Maria de Souza. Em Penedo os holandeses construíram um forte depois destruído pelos brasileiros e portugueses. Invadiram Porto Calvo e em suas batalhas destruíam engenhos e fazendas mas, derrotaram a tentativa de colonização pelos holandeses, os descendentes dos portugueses que conformaram o sentimento de alagoanidade, nordestinidade e brasilidade.

A comarca de Alagoas, sul da Capitania de Pernambuco, nas duas primeiras décadas do século XIX já esbanjava progresso e apresentava-se em condições de tornar-se independente. O Rei D. João VI, em ato de 16 de setembro de 1817 emancipa Alagoas. Segundo historiadores, visava uma maior presença de estruturas administrativas, uma intensificação da ocupação militar e um aumento da fiscalização para o incremento da arrecadação.

A independência de Alagoas ocorreu tempos após à Revolução Pernambucana iniciada em março de 1817, que pretendia a criação de uma república independente no Nordeste brasileiro. Fontes provam que houve adesão à revolução também em Alagoas e indicam que a restauração da ordem monárquica ocorreu rapidamente devido à presença de tropas sergipanas e baianas na região do São Francisco. Os militares que aderiram não puderam sustentar a defesa do território devido à indigência militar de Alagoas. Apesar de progressista, a Revolução Pernambucana foi derrotada e preservada a integridade de nosso território nacional.

Antes da abolição da escravidão, Alagoas já estava na luta por esse objetivo. Em setembro de 1881 foi criada a Sociedade Libertadora Alagoana que marcou época com seus dois jornais engajados na luta pelo fim da escravidão.

O ideal republicano também era bandeira em Alagoas, com os jornais O Apóstolo (1871) e depois A República. Em 1888 o jornalista João Gomes Ribeiro fundou o Centro Republicano de Maceió e um ano depois é proclamada a República, exatamente por um alagoano, Marechal Deodoro. Ao também alagoano, Marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, coube a consolidação da República.

Os alagoanos sempre estiveram presentes nas lutas do povo e da nação brasileira. Na luta contra a ditadura militar, com Odijas Carvalho, Marivone Loureiro, Jaime Miranda, Manoel Lisboa Moura, Dênis Agra e tantos outros exilados, na clandestinidade. Amplos segmentos da sociedade alagoana que foram às ruas e lutaram pela anistia ampla geral e irrestrita e pelas diretas. Os estudantes alagoanos que tiveram papel nacional destacado na reconstrução da UNE.

Nossa homenagem também aos alagoanos grandes artistas, músicos, intelectuais que marcaram sua influência na cultura brasileira, como Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Artur Ramos, Aurélio Buarque de Holanda, Hermeto Pascoal, Djavan, Paulo Gracindo, na ciência a grande mulher progressista Nise da Silveira, e tantos outros.

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