Diante da possibilidade de uma nova crise econômica internacional, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu em evento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), nesta sexta-feira, 05/08, que a trajetória de alta da taxa básica de juros brasileira seja interrompida. “Não é mais sensato pensar em subidas adicionais da Selic no cenário que estamos vivendo agora”, afirmou Coutinho.
O processo de alta da Selic começou em janeiro deste ano e continuou nas últimas cinco reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No período, a taxa variou de 10,75% a 12,50%. Até então, sem perspectivas de um quadro mais pessimista das economias americana e europeias, o mercado vinha projetando uma Selic a 12,75%, valor que deve começar a ser revisado.
Coutinho considerou que a situação internacional é frágil e que o mundo está à beira de um episódio de duplo mergulho e de paralisia do crédito, afirmando que espera que isso não aconteça, mas que infelizmente a agenda e a atitude dos líderes europeus realmente levam a temer um quadro mais complicado para a economia global.
O presidente do BNDES ressalvou que as implicações das condições atuais para o Brasil são diferentes daquelas vividas na crise de 2008, que explodiu com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers. Segundo ele, “o mundo agora conhece a robustez da economia nacional, e o Brasil sabe de sua capacidade para superar a crise”.
Ele disse ainda que, diante desse cenário, seria insensato que as economias em desenvolvimento pisassem no freio. “Mais do que nunca elas precisam manter uma taxa de crescimento e fazer um freio muito suave”, recomendou Coutinho, segundo notícia publicada no Valor online.
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