Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santanaoxente:
A profunda crise econômica que vem se abatendo sobre a Comunidade Européia reflete, em última instância, um processo de fadiga estrutural de um modelo econômico do sistema capitalista que oscila ciclicamente da euforia à depressão.
E dentre todas as receitas adotadas ultimamente, a mais nefasta e mais trágica é sem dúvida alguma a doutrina neoliberal. E foi essa mesma que vigorou olimpicamente no Brasil durante os oito anos dos dois governos do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Que produziu uma economia estagnada, aumento gritante dos tributos fiscais às pessoas físicas e ao setor produtivo, gerando uma quase paralisia da economia nacional, arrocho salarial para os trabalhadores, classe média, restrição ao crédito, o que impediu o acesso dos segmentos assalariados aos bens de consumo mais elementares.
Além de tudo isso o neoliberalismo buscou adotar no País um dos seus princípios mais destacados, o do Estado nanico. O que pressupõe o seu esquartejamento em suas atribuições fundamentais.
Apesar das várias privatizações extremamente nocivas à soberania nacional feitas, é sempre bom lembrar, com o que foi denominado pela imprensa brasileira de moedas podres, a resistência da sociedade foi tamanha que tal processo não foi adiante em seus objetivos estratégicos mais nefastos.
A nossa longa tradição de defesa do Estado como instrumento decisivo ao processo de desenvolvimento soberano desde a histórica revolução de 1930 foi outro fator decisivo às trincheiras que defendiam a integridade econômica, social e política do Brasil.
E olhem que a luta de idéias foi encarniçada com segmentos da grande mídia hegemônica nacional vomitando diariamente horrores contra o que denominavam “os dinossauros”, que seriam os nacionalistas e a esquerda do Brasil.
O então presidente Fernando Henrique dissertou tese em defesa de uma economia sem fronteiras e sem nações, uma espécie de versão de bolso do “Fim da História” do outrora badalado teórico Francis Fukuyama. Enfim, a crise que sacode toda a Europa, provocando desindustrialização, recessão e desemprego, atinge mais gravemente os seus elos mais fracos, Grécia, Portugal, Espanha e nações do Leste, para onde estão transferindo a conta e o prejuízo. Essa esparrela em que caíram os europeus, nós não podemos deixar que retorne ao Brasil em outubro de 2010.
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